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No HRMS Secretaria de Saúde vê Hospital de Campanha ocioso e planeja desativação Criado para funcionar como retaguarda no enfrentamento à covid-19, local deve ser fechado em etapas para evitar gastos desnecessários 5 AGO 2020 • POR Nyelder Rodrigues • 14h29

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, anunciou nesta quarta-feira (5) durante a live que indica os números da covid-19 em Mato Grosso do Sul que a pasta estuda uma desativação gradual do Hospital de Campanha montado ao lado do Hospital Regional, em Campo Grande. A estrutura serviria como retaguarda para o trabalho feito no prédio.

De acordo com Geraldo, foi verificando uma discrepância entre os pacientes diagnosticados com a covid-19, sendo que os casos moderados com necessidade de internação básica não foram registrados na quantidade esperada, existindo basicamente os infectados com sintomas leves e que podem ficar em casa e os casos graves.

"Esses graves precisam de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e de uma estrutura mais avançada que não pode ser erguida no Hospital de Campanha, com complexidade de leitos, profissionais habilitados, equipamentos de última geração. Então devido a isso, estamos estudando a desativação em etapas no Hospital de Campanha", comenta o secretário.

O Hospital de Campanha foi inaugurado no dia 24 de junho e os planos de seu fechamento foram anunciados agora, pouco mais de um mês após a abertura. A estrutura começou com 20 leitos e possibilidade de ampliação para até 140 leitos clínicos.

Além de falar sobre a unidade, Resende ainda falou sobre avanços no combate à pandemia em Guia Lopes da Laguna e outras cidades do interior, uso do Prosseguir para orientar os municípios e articulações para estruturar leitos em Aquidauana, que sofre com a covid-19 entre índios. "Precisamos manter essa unidade, que não pode ser quebrado. É o nosso diferencial".

Mais leitos em MS

Em Aquidauana, serão montados cinco novos leitos de UTI no hospital local, na tentativa de atender já na cidade os pacientes, sem precisar de transferência para Campo Grande, onde o Hospital Regional ganhou mais 10 ventiladores mecânicos, subindo o total de leitos para covid-19 ali para 101 vagas - no início da pandemia, eram apenas 29.

"O município já manifestou interesse e deve apresentar os recursos humanos para que sejam colocados mais 10 leitos em atividade, chegando a 111 vagas de UTI no HR. Recentemente também foram abertos mais 10 leitos no Hospital do Pênfigo, que agora tem 16", destaca.

Geraldo lembra ainda que existe uma capacidade máxima de abertura de UTIs devido a uma limitação de profissionais para atuar nessas unidades. Ele também anunciou a ampliação de cinco para 10 leitos de UTI em Naviraí e que São Gabriel do Oeste pode ter a estrutura ampliada em breve. "Já aumentamos em 60% as vagas, e podemos até dobrar", revela.

Campo Grande

O secretário admite que a situação em Campo Grande é complicada, com os casos em franca expansão e que ainda não há controle efetivo sobre a curva epidêmica - ao contrário do que afirma o prefeito Marcos Trad (PSD), que já aponta achatamento da mesma.

Ainda assim, diferente do comportamento de algumas semanas, quando inclusive reagiu a postagem em grupo de WhatsApp chamando anúncio de novos leitos da prefeitura como "usar o chapéu alheio", já que a viabilidade de tal ação foi do Estado, Resende voltou a pregar o diálogo e unidade para que, juntos combatam o novo coronavírus.

"Vamos conseguir nessa colaboração muito estreita", destaca Geraldo, que por fim ainda cobrou do Governo Federal a chegada de um novo equipamento de testagem RT-PCR, o que usa cotonetes nas narinas, para ampliar a capacidade de análises no Estado. "Vamos sair do terceiro lugar e perseguir o primeiro com a chegada dessa máquina, esperamos que semana que vem".