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SALDO POSITIVO Setor imobiliário mantém lançamentos e amplia as vendas mesmo na pandemia Com taxa de juros de 2% ao ano, segmento aponta para números mais promissores em relação a 2019 10 AGO 2020 • POR Súzan Benites • 10h00

As construtoras que atuam em Mato Grosso do Sul mantiveram os lançamentos, mesmo com os percalços enfrentados com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). 

Além de manter os empreendimentos planejados e investir em novos projetos, o setor aposta na queda da taxa de juros (Selic) para ampliar as vendas até o fim de 2020.  

Entre as incorporadoras que atuam em Campo Grande, a SBS Empreendimentos lançou 73 unidades habitacionais em 2020 e tem mais um empreendimento, com a mesma média, para inaugurar neste ano. 

“As vendas aumentaram 12% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Conseguimos inclusive o que não ocorria há muitos anos, aumento de tabela e de avaliação dos nossos imóveis pelos bancos. O reajuste de preços médio foi de 7%. Apesar da pandemia, estamos nos saindo muito bem. Diante da valorização do produto, da queda da taxa de juros e do aumento de vendas dos primeiros meses, estamos muito otimistas de que será um ano de bons resultados”, considerou a executiva da SBS, Phaena Spengler.

Levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) aponta crescimento nos financiamentos imobiliários do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). 

De março a maio de 2020, foram efetuadas 1.124 transações, enquanto no mesmo período de 2019 foram 808, aumento de 39,1%.  

De acordo com o diretor comercial da HVM Incorporadora, Flávio Fabrão, a empresa deve fechar o ano com mais de 100 unidades habitacionais, resultado de dois novos empreendimentos.

“Mantivemos nosso planejamento, incrementamos nosso trabalho digital e conseguimos manter as metas de lançamento. Quanto às vendas, estamos tendo, de certa maneira, resultado que nos atende e até surpreendem, dada a situação econômica em que nos encontramos. As construtoras e incorporadoras vinham em movimento crescente de lançamentos e vendas antes da pandemia, com muitas vendas realizadas e, portanto, a construção destes empreendimentos estavam a pleno vapor, pois os imóveis comercializados devem ser entregues nas datas acordadas”, destacou o diretor comercial, que ainda disse que a construção civil tem surpreendido as expectativas.  

“O mercado da construção civil tem se mostrado, dentro da realidade da pandemia, um pouco mais disposto se comparado com outros segmentos da economia, o que não significa ótimos resultados, porém, vislumbramos que consigamos, sim, ter resultados positivos para o setor ainda neste ano”, explicou Fabrão.

Projetos

Apesar da crise econômica, as construtoras e incorporadoras mantiveram o planejamento. 

O Grupo Plaenge tem sete obras em andamento na Capital, sendo quatro torres da Plaenge, dois prédios da Vanguard e o primeiro loteamento horizontal do grupo, o Riviera Home Club. 

Segundo a gerente regional da Plaenge, Valéria Gabas, o grupo tem projetos prontos e outros em fase de aprovação.  

“Estamos acompanhando o mercado e confirmando novos lançamentos quando sentirmos demanda e condições para que possamos viabilizá-los. Terminamos 2019 com expectativa de crescimento significativo para 2020. O mercado imobiliário vinha acelerando para 2020 ser um ano com vendas muito positivas. O que percebemos foi que, apesar das dificuldades, estamos tendo um resultado positivo e similar ao de 2019. Um fato que constatamos é que o mercado conseguiu se adequar muito rapidamente. A tecnologia nos favoreceu, por exemplo, por meio de contratos o meio digital, entre outras implementações, trazendo praticidade para os clientes”, contextualizou Valéria.  

A MRV vai lançar no segundo semestre mais de 500 moradias em Campo Grande. O gestor de vendas da MRV, Fernando Bortoletto, explica que os resultados foram positivos nos dois primeiros trimestres do ano. 

“A expectativa é de que isso continue no segundo semestre. Somente nos três primeiros meses deste ano, a companhia vendeu 10.493 em todo o País, um acréscimo de 27,9% diante do mesmo período de 2019”, disse o gestor, que ainda afirma que a casa passou a ter uma importância ainda maior por causa da pandemia. 

“As pessoas estão ressignificando o lar. Diante disso, além das facilidades comerciais, de financiamento e do mercado, as pessoas estão seguras em comprar um imóvel, mesmo em um período delicado em que vivemos”, destacou Bortoletto.  

Investimentos

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou na semana passada a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto porcentual, de 2,25% para 2% ao ano. 

Foi o nono corte seguido, quinto anunciado em 2020 e o menor patamar desde o início da série histórica, em 1996. 

Os especialistas de mercado analisam que o momento é propício para a compra de bens duráveis, como imóveis, por exemplo.

“O setor imobiliário tem a característica de superar momentos de instabilidade econômica. É um dos investimentos mais seguros em qualquer período. Essa confiança no setor faz com que se mantenha sempre aquecido. Nunca as condições estiveram tão favoráveis para a aquisição de um imóvel”, explica o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 14ª Região (Creci-MS), Eli Rodrigues.

Para a executiva da SBS, Phaena Spengler, o segmento imobiliário oferece os investimentos mais estáveis e promissores. 

“O crescimento patrimonial com o investimento em imóveis já apresenta melhor performance, mesmo antes desta grande queda nos juros. Agora então, com a taxa Selic mais baixa da história, o cliente está aproveitando para realizar o sonho de uma nova moradia e diversificando sua carteira de investimento”, considerou.  

Valéria Gabas explica que a redução da taxa Selic provocou um impacto positivo influenciando na queda da taxa de juros nos financiamentos imobiliários. 

“Atualmente, está sendo mais vantajoso investir em imóveis, do que realizar investimentos no mercado financeiro por conta de suas instabilidades recentes, e até pelo fato de algumas operações apresentarem rendimento negativo. Por estarmos atualmente em um patamar de preços de imóveis muito bom, ele se torna uma ótima alternativa”, reforçou a gerente da Plaenge.  

O imóvel voltou a ser uma excelente opção de investimento, conforme o diretor da HVM, somente aplicações com riscos mais elevados passaram a ser atrativas, e não é o perfil do brasileiro. 

“Com as taxas de juros mais baixas para a aquisição de financiamento, prazos mais longos, maior variedade de tipos de contratação, são ações muito bem vistas pelos adquirentes e investidores. Bem como aumentou o número de pessoas que se enquadram em alguma modalidade para captar esse recurso disponível”, reiterou Fabrão.

Impacto

Segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), quando há queda de 1% nos juros de financiamento imobiliário, mais de 2,5 milhões de famílias conseguem comprar seus imóveis.  

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