No dia em que Campo Grande alcançou a marca de 14 óbitos por Covid-19 computados em 24 horas, a prefeitura liberou a prática de futebol e futsal na cidade. Epicentro da doença em Mato Grosso do Sul, a Capital registrou 363 novos casos de Covid-19 nesta terça-feira (1º).
De acordo com a publicação, o jogador deve evitar as seguintes atitudes:
- não deve participar se estiver apresentando sintomas como: coriza, tosse, febre ou mal-estar;
- o compartilhamento de instrumentos e objetos entre os participantes nos locais também foi vetado; assim como o uso de bebedouros com água de pressão, cada atleta é responsável por levar a sua garrafa de água;
- a troca de roupas no local não é permitida (o atleta deverá chegar trajado), bem como o banho após a prática.
Um dos pontos mais inusitados da publicação é a determinação para que os jogadores mantenham distância de 1 metro durante a prática. “Será obrigatório o distanciamento de segurança de um metro entre os espaços dos participantes, de acordo com a modalidade”, diz trecho do decreto.
O decreto segue deixando proibido que a cobrança de lateral seja feita com as mãos. “Não poderá haver compartilhamento de materiais entre os participantes. Não poderá haver cobrança de tiro lateral com as mãos. É obrigatório o uso de luvas pelo goleiro”.
A publicação ainda determina aos organizadores que: todas as pessoas presentes nos locais de competições utilizem máscara durante o horário de funcionamento externo e interno do local; recomenda-se aos atletas:
- a utilização de máscaras durante a prática esportiva;
- fornecer máscaras e álcool gel 70% para todos;
- higienize os sanitários após a utilização de cada equipe dispondo de sabonete líquido, papel-toalha, álcool gel 70% e lixeira com acionamento por pedal;
- disponibilize lavatórios para as mãos com papel-toalha e álcool em gel 70%;
- acate as determinações sanitárias demandadas pela Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde no combate à pandemia de Covid-19.
CONTAMINAÇÃO
Essa flexibilização acontece após Campo Grande entrar em estabilidade de casos e mortes, porém, uma estabilidade alta, que mantém média móvel de casos acima de 300 por dia e mais de 7 mortes diárias.
A taxa de contaminação pela doença caiu no último mês, mas ainda é acima do recomendado.
Segundo dados são da plataforma Farol Covid, feita por pesquisadores da Saúde e cientistas, a Capital tem taxa de reprodução do vírus entre 1 e 1,2. O número representa a quantidade de pessoas que são infectadas a cada confirmação.
O ideal, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é que o número fique abaixo de 1 e só então haverá uma redução da doença.
Segundo a promotora Ana Cristina Carneiro Dias, coordenadora da força-tarefa do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), o grupo tem por diretriz que esse tipo de decisão é do prefeito, entretanto, ela ressalta que eles podem agir.
“Vamos agir se não houver respeito ao plano de biossegurança ou parecer técnico”, declarou.
FLEXIBILIZAÇÃO
Além da liberação por parte da prefeitura da prática do futebol, a administração também reduziu o horário do toque de recolher, que antes vigorava a partir das 22h.
Desde ontem, a medida voltou para as 23h. Um dos motivos defendidos pela prefeitura para essas flexibilizações é a taxa de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), que na noite de terça-feira estava em 84% na Capital.
Porém, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), 40% dos leitos de UTI da macrorregião de Campo Grande eram ocupados por pessoas com Covid-19 ou casos suspeitos, sendo a maior parte dos internados.
No Estado, 572 pessoas com coronavírus estão internadas, sendo 10 de outros estados. Do total, 308 estavam em leitos clínicos (165 públicos e 143 privados) e 264 em UTIs (177 públicos e 77 privados). Mato Grosso do Sul contabilizava 49.820 casos e 889 mortes pela Covid-19.