Logo Correio do Estado

VAI OSTENTAR NA CADEIA Vida de luxo: bens sequestrados em operação somam mais de R$230 milhões Um dos mandados de busca e apreensão em Campo Grande foi cumprido na JV Motors, na Avenida Salgado Filho 11 SET 2020 • POR Gabrielle Tavares • 12h59

A Operação Status, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (11), sequestrou mais de R$230 milhões no Brasil e Paraguai. Em Campo Grande, foi cumprido mandado de busca e apreensão em concessionária de luxo.

A empresa JV Motors, localizada na Avenida Salgado Filho, era uma das garagens mais simples comandadas pelos investigados. Entre os negócios no Estado, usados para lavar o dinheiro do tráfico, está uma loja de roupas, barbearia e construtora, localizadas em Ponta Porã.

Ainda não é possível estimar a quantia de dinheiro sequestrada somente em Mato Grosso do Sul, policiais ainda farão o balanço dos bens apreendidos.

O início das investigações foi em 2018. Os envolvidos viviam uma vida luxuosa, possuíam chácaras, mansões e carros importados.

Os alvos da operação são dois irmãos, líderes da organização. Todo o esquema funcionava “em família”, entre parentes ou pessoas ligadas diretamente com os criminosos.

A liderança foi capturada no município de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e será entregue à polícia brasileira em breve.

Modus Operandi

Segundo a equipe de investigação, o dinheiro era movimentado através do sistema de doleiro. A equipe possuía um braço operacional em São Paulo, que eram responsáveis por constituir empresas, no nome de laranjas, e abrir contas bancárias nos nomes desses estabelecimentos.

Depois disso, o controle dessas contas era transferido ao doleiro, que comandavam as movimentações financeiras. 

E então, eles terceirizavam o serviço: contratavam operadores, que pegavam o dinheiro em espécies de bunkers, salas alugadas pela facção, e depositavam em contas passadas pelo doleiro.  

“Esse sistema foi descoberto inicialmente por um pagamento realizado em favor de um dos líderes. A genitora do principal investigado precisou passar por um tratamento de saúde em um hospital de São Paulo e fez um depósito de R$350 mil como caução desse tratamento”, disse o delegado Lucas Vilela.

O pagamento foi feito através de transferência eletrônica com o nome de uma empresa. 

A polícia conseguiu quebra de sigilo bancário, o que permitiu a descoberta de um grande esquema.  

Foram movimentados entre 2016 e 2018, o valor de R$278 milhões, divididos entre crédito e débito, somente no nome dessa empresa usada para fazer o caução.

De acordo com o delegado Elvis Secco, 40% do dinheiro apreendido nas operações da Polícia Federal voltam automaticamente para os cofres da própria instituição. O restante também pode ser usado para o combate ao crime através de projetos.

Essa foi a quarta operação da Polícia Federal de combate a lavagem de dinheiro em menos de 30 dias. 

Distribuição dos mandados cumpridos nesta sexta-feira: