A barragem do Córrego Lageado está praticamente seca e pouco está contribuindo para o abastecimento de Campo Grande. O Correio do Estado flagrou a escassez de água em um dos mananciais da cidade – os outros são o Rio Guariroba e dezenas de poços artesianos – na tarde de ontem.
A situação indica que vários bairros da Capital continuarão sofrendo com a falta de água pelos próximos dias. A escassez não tem data para chegar ao fim e depende do índice de precipitação das chuvas, que só deve sair do zero no fim do mês.
A seca foi o principal motivo apontado pela concessionária Águas Guariroba, responsável pelo abastecimento e tratamento de recursos hídricos em Campo Grande, para a crise na oferta, que vem se agravando há pelo menos uma semana.
Além das manifestações de leitores do Correio do Estado, com queixas sobre a irregularidade no abastecimento, a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) informou que enviaria ofício à concessionária com notificação em decorrência da falta de água. O documento deve ser enviado nesta terça-feira. A agência quer saber o porquê de as torneiras estarem ficando vazias com tanta frequência, uma vez que “é sabido que esse mês é um período de seca, com pouca chuva”, conforme declarou Vinícius Leite Campos, diretor-presidente da Agereg.
No sábado, a concessionária divulgou um comunicado à população informando sobre a possibilidade de interrupções momentâneas no abastecimento por causa de uma manutenção emergencial no sistema.
Uma investigação da Agereg, em andamento, pretende verificar se a Águas Guariroba tem feito os investimentos corretamente visando a garantia do abastecimento.
Manancial
Com a falta de chuva e a intermitência no fluxo de rios e córregos, a estação de captação do Lageado, localizada nas proximidades de bairros como Moreninha e Vivendas do Parque, está um cenário desolador, com o espelho d’água da barragem extremamente reduzido e a vegetação ao redor sem viço nenhum de tão ressecada.
O leito do córrego está muito estreito, e as reservas da estação, sem condições de cumprir a função da barragem, ou seja, garantir o abastecimento pleno e regular de mais de 160 mil moradores da cidade.
Com a redução das margens em vários pontos do Rio Guariroba, por conta da seca, resta a malha de poços artesianos que complementa a oferta de água no município, porém, sem reservas ou infraestrutura capaz de atender toda a população. (Colaborou Álvaro Rezende)