Pesquisa mostra que o novo coronavírus é capaz de infectar e matar uma das células de defesa mais importantes do organismo: o linfócito. Ainda é uma incógnita se isso provoca queda acentuada na imunidade e qual a duração do ataque, mas a hipótese de que haja sequelas no sistema imunológico ainda não foi descartada.
O estudo foi realizado pela Universidade de São Paulo (USP) com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp).
Quando o vírus entra no corpo, a reação esperada do organismo é que parte das células de defesa saia do sistema de circulação e vá até o local afetado para ajudar no combate.
Contagem de linfócitos em pacientes internados mostrou queda acentuada na quantidade dessas células.
Experimentos foram realizados in vitro e ajudaram a comprovar que o novo coronavírus era capaz de invadir as chamadas mononucleares. Os monócitos foram os mais prejudicados seguidos dos linfócitos.
Na fase seguinte, os pesquisadores analisaram amostras de sangue de pacientes vivos. Nem todos tinham em leucócitos com uma marcação expressiva para a presença do vírus e a taxa de células positivas variava bastante entre eles – de 0,16% a 33,9%.
Foram selecionados 15 indivíduos para uma averiguação mais específica. A taxa de linfócitos infectados foram altas em todos eles, o que ajuda a explicar por que algumas pessoas quase não têm anticorpos após a infecção.
Já com relação aos monócitos, quanto mais dias a pessoa estava com a doença, maiores eram as quantidades de células infectadas.
O artigo está disponível no repositório bioRxiv e está em fase de avaliação pelos pares.