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Clima Após meses de estiagem e calor intenso, chuva traz alívio para o Estado Precipitações aliviam os problemas decorrentes da estiagem, que a população foi obrigada a conviver, como falta de água, má qualidade do ar e calor intenso 16 OUT 2020 • POR Naiane Mesquita • 08h15

Após um longo período de  estiagem, queimadas no Pantanal e alertas de perigo à saúde por causa das altas temperaturas – que chegaram a ultrapassar os 40ºC em vários municípios –, finalmente, Mato Grosso do Sul começa a sentir o clima mais ameno da primavera.  

Em Campo Grande, por exemplo, choveu 50.6 mm, apenas nas últimas 12 horas  de ontem, um alívio para o tempo seco que acompanhou a região nos últimos meses. “Nossa fase chuvosa começou de forma efetiva. É a fase de início das chuvas e a finalização desse período de queimadas e incêndios florestais”, explica Franciane Rodrigues, coordenadora do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima em Mato Grosso do Sul. Vale ressaltar que a última chuva significativa ocorreu entre os dias 16 e 22 de agosto deste ano. Desde então, as chuvas foram isoladas e insuficientes para o término da condição de tempo seco.

A previsão indica que até o dia 22 de outubro ocorram chuvas de 50 mm em todo o Estado, com possível aumento para 100 mm, de 23 a 30 de outubro.  

altas temperaturas

As temperaturas também devem seguir o mesmo caminho. A previsão do Instituto Nacional de Metereologia (Inmet) para hoje em Campo Grande é de mínima de 21°C e máxima de 30°C. Em Corumbá, as temperaturas também caem, com mínima de 21°C e máxima de 39°C.  

A umidade do ar também melhorou nas últimas horas. Hoje, em Campo Grande, por exemplo, a umidade máxima pode chegar a 90%, enquanto a mínima não passa de 45%. A cidade chegou a receber alerta por umidade em 10%.  

abastecimento

A chuva também teve um impacto no abastecimento da cidade. Segundo a concessionária Águas Guariroba, o clima seco e quente, aliado ao aumento de 22% no consumo em 22%, resultou em situações atípicas para o período. Conforme noticiado pelo Correio do Estado, a concessionária precisou retirar água do Balneário Atlântico para garantir o abastecimento da cidade.  

Segundo nota da concessionária, “as recentes chuvas em Campo Grande contribuíram para minimizar os impactos do alto consumo de água provocado pelo período atípico de estiagem”. Ainda segundo a Águas Guariroba, “as ações de abastecimento e  a operação dos reservatórios seguem normalmente na cidade”.  

De acordo com o advogado Rogério Novais Dantas, proprietário na região do Balneário Atlântico, “a operação parou desde o último dia 3 de outubro, quando saiu a reportagem”, afirma, se referindo a publicação no Correio do Estado.  

Energia

O recorde no consumo de água também apareceu na energia elétrica.  No dia 7 de outubro, a Energisa registrou um recorde na demanda, com carga atingindo 1.188 megawatts.

Com a chuva que caiu ontem, que atingiu vários municípios do Estado, a Energia informou, por  meio de nota, que houve uma  redução de 32% na demanda. Segundo nota, “se compararmos a carga de 1188 MV com o consumo prévio registrado hoje, 808 megawatts, identificamos uma redução de 380 megawatts”. O valor da redução já é significativo, segundo a Energisa, porque daria para abastecer o fornecimento de uma cidade como Campo Grande.

Precipitações chegam ao Pantanal

Na última quinta-feira (15), os bombeiros e brigadistas desempenhados no combate às queimadas registraram um momento de alívio com a chuva na região pantaneira.

A última vez que algo parecido aconteceu foi em meados de agosto, há quase dois meses. O analista ambiental do Ibama Prevfogo, Alexandre Pereira, lembrou que mesmo em pouca quantidade, a água ajuda no controle dos incêndios. “Temos melhora e a previsão é de mais chuva, o que anima a todos. Como já estávamos com boa parte dos incêndios controlados, a chuva que chegar agora será para extinguir todos os focos.”, completou.

Com os acontecimentos climáticos que se arrastam desde o primeiro semestre do ano, MS passou a ocupar o 5° lugar no ranking nacional de estados com maior número de focos de calor, enquanto Corumbá lidera na categoria municípios.

O CEMTEC informou que a chuva ocorreu em Corumbá e nas regiões que abrangem o Passo do Lontra e Fazenda Bodoquena. Já na Serra do Amolar, a quantidade não foi muito expressiva.

A previsão é de que o tempo permaneça nublado e as condições de precipitação melhorem nos próximos dias.