Paralisadas desde o início do ano, por causa da pandemia de Covid-19, a soltura dos mosquitos com a bacteria Wolbachia, que inibe a transmissão do vírus da dengue nos mosquitos Aedes argypti, será retomada a partir do mês que vem, em Campo Grande.
Prevista para acontecer no segundo semestre do ano, o projeto teve que atrasar suas atividades para o início de dezembro. As duas etapas contarão com oito mil recipientes com mosquitos liberados toda semana.
A liberação dos mosquitos acontecerá durante quatro meses, em bairros específicos da capital. A primeira etapa ocorrerá nos bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Cophavila II, Tijuca e Lageado.
A segunda etapa ocorrerá nos bairros Centro Oeste, Vila Jacy, Jockey Clube, Moreninhas, Pioneiros, Parati, Alves Pereira, Piratininga, Taquarussu, Jardim América e Los Angeles.
Em nota o coordenador do projeto, Gabriel Sylvestre, explica “começamos de forma mais intensa agora o engajamento da população. É importante que todos saibam o que estamos fazendo e aprovem a soltura dos mosquitos com wolbachia, a partir daí se inicia a liberação dele”, pontuou o coordenador.
A ação é realizada a partir da introdução de uma bactéria comum em 60% das espécies de insetos, no mosquito do Aedes aegypti, esse procedimento impede que o vírus de doenças no organismo do mesmo se desenvolvam. Com isso, se torna possível combater doenças como a chykungunya, dengue e zika causadas pelo mosquito.
A iniciativa conta com o apoio da população, que recebe orientações sobre a solta dos mosquitos.
Como funciona o método Wolbachia
Os pesquisadores colocam no mosquito do Aedes aegypti a bactéria intracelular Wolbachia, que bloqueia o desenvolvimento de vírus de doenças que assolam o cotidiano da população, como é o caso da dengue.
Uma vez que a bactéria wolbachia é introduzida no mosquito Aedes aegypti toda reprodução de tais mosquitos com outros locais geraram uma nova população de mosquitos, que não terão capacidade de contaminação.
O método surgiu na Austrália pelo Word Mosquito Program (WMP), que visa combater doenças transmitidas por mosquitos.
A fundação Oswaldo Cruz foi quem implementou a iniciativa no Brasil, em parceria com governos locais e financiamento do Ministério da Saúde.
Atualmente Campo Grande (MS), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (MG) são as cidades que se encontram em processo de implantação do WMP.