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REAÇÃO Comércio e serviços foram responsáveis por 72% das vagas de emprego criadas em outubro Com resultado positivo pelo 5º mês consecutivo, MS criou 4,6 mil postos de trabalho em outubro 27 NOV 2020 • POR Súzan Benites • 09h00

Pelo quinto mês consecutivo, Mato Grosso do Sul registrou saldo positivo na geração de empregos formais. 

Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados ontem (26) apontam que em outubro o saldo de empregos ficou positivo em 4.654 vagas, resultado de 20.580 admissões e 15.926 demissões. 

O setor terciário (comércio e serviços) puxou a geração de empregos no mês passado, sendo responsável por 3.376 das 4.654 vagas, ou 72% do total.  

O resultado de outubro é o melhor para o mês desde o início da série histórica, que começou em 2004. No mesmo mês no ano passado, foram 691 novos empregos criados no Estado. 

Todos os segmentos tiveram saldo positivo no mês de outubro. O comércio lidera com a criação de 1.715 empregos; serviços gerou 1.661 vagas; a indústria gerou 1.043; a construção civil, 173; e a agropecuária registrou 62 novos postos de trabalho.

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De acordo com o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, o resultado é muito positivo.  

“Temos boas notícias em outubro, com o crescimento das vagas no comércio neste período. Essas contratações, ainda que temporárias, são fundamentais para a população. Na indústria, toda a recomposição de estoque e de demanda tem permitido o crescimento das vagas no setor, que são mais perenes, com menor volatilidade”, analisa Verruck.

Para a economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio (IPF-MS), Danila Dias, a melhora da empregabilidade no mês passado já é reflexo da contratação de funcionários temporários.

“Claro que essas contratações ainda foram aquém do desejado, mas já temos o próprio índice de confiança do empresário que está na zona positiva. E consequentemente isso pode interferir na questão de investimentos, como em mão de obra, nos próprios negócios, e isso faz o ciclo girar. Então é muito comum que neste período tenhamos o aumento do quantitativo de vagas de emprego voltado para essa área. É um dos momentos mais esperados pelo comércio, mesmo durante a pandemia. Visto que nós tivemos quedas bastante significativas de faturamento ao longo do ano, é uma oportunidade [de recuperação]”, considera Daniela.

O desempenho de outubro foi 52% maior do que o de setembro. No nono mês do ano, foram criadas 3.049 vagas, saldo de 17.835 contratações e 14.786 desligamentos.  

Acumulado do ano

Entre os estados, Mato Grosso do Sul tem o sétimo melhor desempenho na criação de vagas do País de janeiro a outubro. 

No acumulado do ano, o emprego formal registra saldo de 11.799 vagas, resultado de 176.216 admissões e 164.417 desligamentos. 

Entre os setores, o comércio era o único que ainda tinha saldo negativo no ano, agora já registra saldo positivo de 1.113 vagas, diferença de 48.153 contratações e 47.040 desligamentos.

A economista do IPF acredita que ainda é muito cedo para falar em crescimento pleno do mercado de trabalho.

 “Até tivemos um crescimento, no entanto, ele é muito fragilizado, então ele ainda não é efetivo por ser baseado em expectativas pontuais. Há a necessidade de que tenhamos um crescimento pleno e sólido dos indicadores econômicos”, considerou Daniela.

De janeiro a outubro, a indústria foi o setor que mais gerou vagas no mercado formal, 6.487 vagas de carteira assinada. Na sequência vêm os serviços, com 2.005; a agropecuária (1.303); o comércio, como já citado (1.113); e a construção civil, com 891 empregos.

O secretário acredita que em 2021 o mercado de trabalho terá um resultado ainda melhor.  

“O Brasil mostrou esse crescimento no mercado de trabalho em outubro e o que nós temos de trabalhar agora é avançar ainda mais. Em Mato Grosso do Sul, o governo do Estado tem adotado medidas, inclusive com mudança de lei, buscando a retomada econômica junto de alguns municípios. Isso passa por desburocratização, facilitação na atração de empreendimentos e capacitação de pessoas para que elas possam absorver essas vagas. Temos perspectivas positivas para a geração de empregos em 2021, com a atração de novos empreendimentos na indústria e no comércio”, finalizou Verruck.

Com a possibilidade de uma segunda onda de infecções da Covid-19 e a possibilidade de novas restrições, a economista aponta que é preciso equilíbrio entre saúde e economia para a recuperação plena.

 “Novas medidas de restrição podem frear um pouco o crescimento, principalmente quando a gente fala de segmentos específicos na área de alimentação. Mas a gente precisa buscar o equilíbrio entre a economia, o comportamento das pessoas e a saúde. Se a gente tiver menos aglomerações, logo, essas medidas passam a não ser mais importantes e a gente pode ter um cenário um pouco mais amenizado. A gente precisa do equilíbrio desses itens para que a economia possa ter uma recuperação plena”, conclui Daniela.

Capital

A Capital do Estado registrou saldo positivo na geração de empregos no mês passado. Foram 2.077 novos postos com carteira assinada em Campo Grande, resultado de 8.395 admissões e 6.318 demissões. 

No entanto, no acumulado de dez meses de 2020, o saldo de empregos ainda é negativo em 1.035 postos de trabalho.

Nacional

No Brasil, foram criadas 394.989 vagas com carteira assinada em outubro, resultado de 1.548.628 admissões e de 1.153.639 desligamentos, resultado recorde na série histórica.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que até o fim do ano é possível recuperar os empregos perdidos no início da pandemia. 

Ao observar o saldo acumulado do ano até outubro, negativo (mais demissões do que contrações) em menos de 200 mil (171.139), Guedes acredita que é possível prever que 2020 terminará sem perdas de empregos.  

“A pandemia atingiu tragicamente as famílias brasileiras, derrubou os empregos, atingiu pessoalmente todos nós. Mas reagimos com resiliência, soubemos fazer o distanciamento social para proteger as nossas vidas e, ao mesmo tempo, manter a economia girando para proteger os nossos empregos e nossas empresas. E podemos terminar o ano perdendo zero de empregos no mercado formal. Nesta recessão, que nos jogou ao fundo do posso, não perdemos o rumo, nos levantamos e estamos criando empregos em alta velocidade”, disse, ao participar do início da coletiva virtual para a apresentação dos resultados do Caged.