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PANDEMIA Mato Grosso do Sul cogita comprar vacina do Butantan para grupo de risco Governo está em conversas com a gestão paulista e pode selar parceria por doses da Coronavac 8 DEZ 2020 • POR Daiany Albuquerque • 09h00

Mato Grosso do Sul não descarta comprar a vacina contra a Covid-19 feita pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo. 

Segundo o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está em conversa com o chefe do executivo paulista, João Dória, de mesmo partido.

Conforme Resende, o Estado aguarda que o Ministério da Saúde compre também a Coronavac, mas afirmou que, caso isso não ocorra, Mato Grosso do Sul já cogita a compra para uma parcela da população.

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“Não vamos ficar de braços cruzados, o governador já fez uma conversa com o governador Dória, vamos tentar pelo Ministério da Saúde, mas se não vier vamos comprar, nem que seja para a população de maior risco”, declarou o secretário.

Para Resende, ainda há esperança de que o governo federal mude a postura e adquira também esta vacina, que tem previsão para começar a ser aplicada já em janeiro deste ano.

“Não queremos participar do desmoronamento do Programa Nacional de Imunização, queremos manter a linha que o Brasil construiu, mas queremos que o Ministério da Saúde compre as doses”, pede.

Para os estados que aderirem a Coronavac, segundo o coordenador-executivo do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, João Gabardo, as doses deverão começar a ser aplicadas na mesma data que o cronograma paulista.

SÃO PAULO

Ontem, o governador João Dória afirmou que pedirá à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) um registro emergencial para vacinação da população de São Paulo.

De acordo com o cronograma lançado pelo governo paulista, a vacinação já se inicia no dia 25 de janeiro para pessoas do grupo de risco, que incluirá idosos, profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.  

Outro diferencial é que não apenas pessoas residentes em São Paulo receberão a vacina, mas sim todos que pertencerem a algum dos grupos de risco e que foram ao estado.

A aplicação está condicionada à apresentação dos resultados de eficácia da vacina, o que ainda não ocorreu. O Butantan promete divulgar os dados de eficácia até 15 de dezembro e entrar de imediato com pedido de registro.

Conforme o cronograma de São Paulo, os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas, um total de 1,5 milhão de pessoas naquele estado, receberão as primeiras doses, a partir do dia 25 de janeiro. Serão duas doses por pessoa, com intervalo de 21 dias entre elas.

A partir do dia 8 de fevereiro, serão imunizados os idosos com 75 anos ou mais. Na semana seguinte, a partir do dia 15 de fevereiro, será a vez dos idosos entre 70 a 74 anos. A partir de 22 de fevereiro, receberá a imunização a faixa etária de 65 a 69 anos. 

Por fim, no dia 1º março, começarão a ser vacinados os indivíduos de 60 a 64 anos. No grupo de idosos, serão 7,5 milhões de imunizados em São Paulo.  

O governo paulista não informou como será a vacinação dos demais grupos de risco da Covid-19, como portadores de doenças crônicas.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

Na semana passada, o Ministério da Saúde divulgou um cronograma preliminar de vacinação contra a Covid-19, em que indica a compra de apenas um imunizante desenvolvido pelo laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford.

A Câmara Federal aprovou na quarta-feira (2) a medida provisória que abre crédito extraordinário de R$ 1,9 bilhão para viabilizar a compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses de vacina contra a Covid-19.

O recurso será destinado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que receberá a tecnologia de Oxford para a fabricação.

Esse imunizante, porém, segundo o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, só deverá estar disponível para vacinação a partir de março de 2021, ou seja, dois meses depois que a Coronavac.

O governo federal também tem um acordo multilateral com a Covax Facility, consórcio que envolve vários países e a Organização das Nações Unidas (ONU), no valor de R$ 2,5 bilhões, cujos recursos serão encaminhados por meio de medida provisória. 

Segundo Pazuello, isso possibilitará a produção de vacinas de maneira autônoma no País a partir do segundo semestre de 2021. O imunizante a ser adquirido pelo grupo ainda não foi escolhido.

Apesar de não descartar a compra de outras vacinas em testes no Brasil, como a Coronavac e a da Johnson & Johnson, o Ministério da Saúde ainda não demonstrou que vai adquirir esses outros medicamentos para serem distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

PRIORIDADES

Conforme o Ministério da Saúde, a vacinação, quando ocorrer, deve ser em quatro fases, obedecendo a critérios logísticos de recebimento e distribuição das doses pelo Programa Nacional de Imunização.  

Na primeira fase devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições como asilos e hospitais psiquiátricos e população indígena.  

Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos.  

A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras).  

A quarta e última fase deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

Não há informação de quando o restante da população, entretanto, receberá o imunizante.