O titular da Secretaria de Estado Governo e Gestão Estratégicas (Segov), Eduardo Riedel, alcançou nos últimos meses a figura de “supersecretário” do governo Reinaldo Azambuja (PSDB). Em dezembro do ano passado, o governador sancionou um decreto de lei que estipula uma readequação da estrutura governamental.
Segundo o governo do Estado, a medida foi adotada com a intenção de reduzir as despesas, mas a medida acabou destinando ainda mais poder ao titular da Segov.
Com esse novo cronograma, oito subsecretarias passaram a pertencer à Pasta comandada por Riedel, sendo elas: Políticas Públicas para Mulheres, para a Promoção da Igualdade Racial, para a População Indígena, para a Juventude, para a População LGBT, para as Pessoas com Deficiência, para as Pessoas Idosas e a de Assuntos Comunitários.
CANDIDATO
Esse processo de destinar mais atribuições ao “supersecretário” pode ser interpretado com uma intenção de colocar ele ainda mais em destaque, já que o PSDB já trabalha Riedel como o principal nome para disputar o governo do Estado em 2022.
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Um dos caciques e presidente dos tucanos no Estado, Sérgio de Paula, já falou que ele reúne todas as prerrogativas para se lançar na disputa, já que “conhece como ninguém toda a estrutura da máquina pública estadual’’.
“Riedel conhece como ninguém todo o andamento da estrutura governamental do Estado. Além disso, percorreu a maioria dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul e, por esse motivo, sabe a necessidade específica de cada um deles, bem como as macro e microrregiões do Estado. Portanto, nossa ideia é prepará-lo para a disputa ao governo em 2022”, projetou de Paula em entrevista ao Correio do Estado.
Em contrapartida, o vice-governador, Murilo Zauith (DEM), vem diminuindo sua participação e perdendo força no governo Azambuja. No início de janeiro deste ano, ele foi exonerado do cargo de secretário estadual de Infraestrutura (Seinfra), que ocupava desde 2019.
Questionado pelo Correio do Estado se ele estaria preparado para concorrer às eleições em 2022 e, em caso de vitória, assumir a cadeira do posto mais alto do Executivo estadual, Riedel afirmou que em relação a estar pronto nos dois casos se deve a consequência direta ao trabalho dedicado à esfera pública.
“A eleição é um processo natural, democrático, de formação de um grupo político, e eu tenho dedicado todo esse tempo, desde o primeiro mandato, ao Estado. Nós temos um projeto promissor para o futuro do Estado, com bases definidas: sólido equilíbrio fiscal, alta competitividade, capacidade de investimentos e o maior potencial de crescimento entre os estados brasileiros.
"E este crescimento, visto de uma forma bem ampla, é o econômico sim, mas também é o da renda individual, da geração de empregos, da educação de qualidade para melhorar o capital humano, da saúde regionalizada e da segurança eficiente. Continuarei com este foco, com este objetivo – até por estar à frente de uma Secretaria de Governo, então fico muito tranquilo com relação a isso [às eleições]. Se o grupo entender, lá na frente, que o meu nome é o indicado para uma eventual disputa, eu me sinto preparado sim”, explicou.
ATUAÇÃO
O titular da Segov, já em março de 2018, passou a assinar atos normativos de transformação de cargos em comissão vagos e para nomear ou exonerar comissionados.
Já em fevereiro de 2020, Riedel recebeu a competência de ceder servidores com ônus para a origem, ou seja, sem reembolso aos cofres públicos. Azambuja, vem diminuindo sua participação, principalmente em eventos públicos.
Em diversos eventos de inaugurações do programa Governo Presente, Riedel se apresenta como representante do Estado.
Essa participação mais intensa, também pôde ser observada durante a crise dos incêndios no Pantanal, em que o secretário foi a figura principal na articulação das ações de combate às chamas.
Na pandemia, o secretário tem o papel de presidente do Comitê Gestor do Prosseguir (Programa de Saúde e Segurança na Economia), que reúne representantes de todas as secretarias de governo, representantes de outros poderes, como Legislativo e Judiciário, bem como setores da sociedade civil.
Em 2021, apesar dos números crescentes de infecções, a chegada da vacina contra a Covid-19 possibilita uma análise de uma flexibilização maior para a volta das atividades econômicas. Nesse novo contexto, o secretário afirmou que a ideia é levar o imunizante para o maior número de pessoas e, consequentemente, que o Estado volte a sua normalidade.
“A estratégia é buscar todas as possibilidades de aquisição de vacinas. O governo estadual está preparado para fazer a distribuição e a vacinação, prova disso é que fomos o Estado que distribuiu mais rápido as vacinas disponíveis, de acordo com divulgação do Ministério da Saúde.
Então, nossa estratégia é conseguir vacinas, seja pelo Programa Nacional de Imunizações [PNI] do Governo Federal, seja buscando aquisições. Estamos sempre antenados no sentido de ver todas as possibilidades que existem. Tendo-se a vacina, o Estado está preparado para distribuir e vacinar a população, e isso é importante para que tenhamos um retorno à normalidade”, projetou Riedel.