"A Covid não escolhe classe e não é o dinheiro que vai salvar", diz amendrontada a diarista Márcia Corrêa, de 42 anos, após lembrar da morte de um dos maiores atores e humoristas do Brasil, Paulo Gustavo, que estava internado desde março e morreu vítima do vírus, na noite de ontem (4).
A notícia que pegou muitos de surpresa, acendeu alerta vermelho para vários campo-grandenses que sofre com comorbidades e tem a mesma faixa etária do ator, 42 anos.
O humorista revelou em entrevista em maio do ano passado que tinha medo de ser contaminado pelo vírus e os médicos não saberem o que usar.
Paulo Gustavo tinha asma, no entanto, não é classificada como comorbidade para o coronavírus.
Mudança no calendário
Coincidentemente após o episódio, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) alterou o calendário de vacinação contra Covid-19 e incluiu pessoas com comorbidades e deficiência permanente com 40 anos ou mais.
A doméstica Jucimeire Xavier, 40 anos, compartilha do mesmo sentimento que Márcia: medo.
"A morte dele me assustou e por isso estou aqui comemorando a minha vez de vacinar. Se ele que tinha dinheiro para se cuidar, morreu, imagina nós que não temos condições. Eu fiquei bem chocada com a morte dele", lamenta Jucimeire, que sofre de pressão alta.
Para Luciana Rodrigues, de 44 anos, que está desempregada, a vacina chegou em um momento oportuno para reanimar aqueles que estão saturados com notícias de morte todos os dias. Luciana também tem pressão alta.
"A morte do Paulo Gustavo me deu medo, mas agora com a vacina estou um pouco aliviada. O caso dele mostra que dinheiro não vale nada. A notícia da vacina chegou em boa hora, já estava cansada. Vou dormir tranquila", ressalta.
O atendimento deste público iniciou na tarde desta quarta-feira (5) em todos os pontos de imunização.