A partir de domingo (30), o município de Dourados vai aderir ao regime de lockdown por 14 dias, como anunciado pelo prefeito da cidade, Alan Guedes (Democratas), nesta sexta-feira (28).
O decreto ainda está sendo elaborado pela equipe técnica e deverá ser divulgado ainda hoje, mas o prefeito adiantou que só poderão funcionar estabelecimentos de extrema necessidade, como postos de saúde, redes de combustíveis e supermercados.
Além disso, o jornal local Dourados Agora noticiou que também será instaurado Lei Seca, proibindo a venda de bebidas alcoólicas. A circulação de pessoas também fica suspensa.
"Vamos ampliar sobremaneira as ações de fiscalização, precisamos punir as pessoas que desrespeitarem o decreto", relatou Guedes.
O prefeito informou ainda que as UPA's do município atenderão exclusivamente casos de Covid-19 a partir de agora. Pediatria e outros serviços serão atendidos exclusivamente no Hospital da Vida.
"Temos muita solidariedade a nossa área econômica e sabemos que os empresários também podem ser afetados, mas nesse momento peço a compreensão de todos porque chegamos no limite e não tem mais o que fazer", continuou.
Últimas notícias
Dourados registra 31.312 infectados e 486 mortes pela doença, segundo o boletim epidemiológico de hoje.
"Posso afirmar sem medo de errar que esse é o momento mais difícil que enfrentarmos desde o início da pandemia em nossa cidade, os números e a pressão do sistema de saúde confirmam isso".
Ele afirmou serem de 40 a 50 pessoas aguardando por leitos de UTI diariamente. Cada paciente fica em média de 15 a 20 dias ocupando um leito de UTI, e de cada 10 pacientes que são intubados, apenas 5 conseguem sobreviver.
A macrorregião de Dourados, que conta com 163 leitos de UTI públicos, está com 95% de ocupação global nesta sexta. "Dourados lidera o ranking de novas infecções, são em média 220 casos por dia, muito mais que a capital Campo Grande", disse.
"Não posso e não quero aceitar que as pessoas morram em casa sem oxigênio, sem assistência", afirmou Guedes.
O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende afirmou que aguarda resposta da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) para ativação de novos 20 leitos na cidade.
Ele disse que os equipamentos já estão na cidade, mas se o hospital não fazer a abertura ainda hoje, eles serão levados de volta para Campo Grande.
"Se não conseguirmos abertura mediata na UFGD hoje faremos a tratativa de trazer equipamentos de volta e abrir aqui em Campo Grande, 20 leitos lá no Hospital do Pênfico. Agora é trabalhar para evitar mortes, cada minuto que passa sem abrir novos leitos a gente ta contribuindo para que haja mortes sem ter acesso a um leito", disse.