Logo Correio do Estado

Processo PF conclui que deputado Trutis simulou atentado O deputado responderá por quatro crimes 18 JUN 2021 • POR Eduardo Miranda • 18h30

A Polícia Federal concluiu o inquérito contra o deputado Loester Carlos Gomes de Souza, o Loester Trutis (PSL), e pediu o indiciamento dele em pelo menos quatro crimes.

O indiciamento foi pedido à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, uma vez que Trutis, por ser deputado federal, tem foro privilegiado.

Últimas Notícias

Os crimes apontados são falsa comunicação de crime, porte ilegal de arma, disparo de arma de fogo, e dano a patrimônio privado. A investigação não descobriu a motivação do crime.

O relatório do inquérito deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República, que é quem terá a prerrogativa de denunciar ou não o deputado federal.

Trutis, por diversas vezes, se diz inocente. Em mais de uma entrevista ao Correio do Estado, alegou ter sido vítima do atentado, e afirmou que estava sendo perseguido por delegados da Polícia Federal.

O incidente

O incidente, que para Trutis é um atentado, e que para a Polícia Federal é uma simulação, ocorreu em 16 de fevereiro de 2020. Na ocasião, um Corolla preto, locado, em que estava o deputado, teria sido alvo de um atentado entre Campo Grande e Sidrolândia.

O auge da investigação ocorreu em 12 de novembro de 2020, quando a Polícia Federal desencadeou uma operação para o cumprimento de vários mandados de busca e apreensão nos endereços ligados a Trutis, ao irmão dele, Alberto Carlos Gomes de Souza, ao assessor dele, Ciro Fidelis, e ao ex-primeiro-secretário do PSL de Campo Grande, Jovani Batista da Silva.

Os dois últimos também integram o Movimento Conservador de Mato Grosso do Sul.

Trutis quase foi preso nesta operação. Só não ficou detido, porque as mudanças na legislação advindas do pacote anticrime do ex-ministro Sergio Moro, enviado ao Congresso em 2019 e ao qual o deputado federal campo-grandense votou a favor, não permitiram.  

Com a nova lei, prisões em flagrante de posse irregular de arma de fogo para alguns casos, como o de Trutis, que registra suas armas como colecionador, não são mais permitidas.

O quase flagrante ocorreu por causa da apreensão de um fuzil Taurus T4 (arma de uso restrito), além de uma pistola 9 mm, um carregador com 14 munições e um revólver .357 com 10 munições.

Assine o Correio do Estado