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COVID-19 Mato Grosso do Sul tem 300 mil pessoas acima de 18 anos que não tomaram vacina Vacinação ampliou faixa etária, mas muitos ainda não procuraram postos de imunização 11 AGO 2021 • POR Daiany Albuquerque, Thais Libni • 09h00

Levantamento feito pelo Correio do Estado mostra que, apesar do avanço da vacinação contra a Covid-19, Mato Grosso do Sul ainda precisa que quase 300 mil pessoas acima dos 18 anos procurem os postos para tomar a primeira dose. Um terço desse total está em Campo Grande, onde cerca de 100 mil não foram se imunizar.

Conforme levantamento feito pela reportagem, 54 dos 79 municípios já concluíram a vacinação de pessoas acima dos 18 anos e não estão recebendo novas doses. Das 25 cidades que ainda estão vacinando, 12 ainda não chegaram à faixa etária dos 18 anos.

A cidade mais “atrasada” na vacinação é Ivinhema, onde a faixa etária convocada é de 26 e 27 anos. Já Água Clara e Inocência imunizam pessoas acima dos 25 anos. 

Paranaíba está na faixa dos 23 anos, Angélica, 22 anos, e Três Lagoas, 21 anos. Bataguassu, Bonito e Fátima do Sul estão vacinando pessoas a partir de 20 anos, e Aparecida do Taboado, Deodápolis e Dourados, 19 anos.

Nos municípios de Bandeirantes, Brasilândia, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Coxim, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Selvíria, pessoas acima de 18 anos são o alvo da campanha.

Mato Grosso do Sul tem 85% da população acima de 18 anos vacinada com uma dose – 48% dessas pessoas estão completamente imunizadas com as duas doses ou a dose única. Até as 18h de ontem, em todo o Estado, 1.546.956 pessoas haviam tomado a primeira dose, 232.315 haviam recebido a dose única e 773.225, a segunda aplicação.

CAMPO GRANDE

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Veruska Lahdo, os dados de 100 mil pessoas faltantes bate com uma projeção feita pela Pasta. 

Para ela, o número de ausentes aumentou quando a vacinação atingiu a camada mais jovem da população. Levantamento anterior do Correio do Estado mostrava que mais de 50 mil pessoas ainda não havia recebido a primeira dose contra a Covid-19 entre a população acima dos 23 anos.

“São várias situações [que levam as pessoas a não se vacinarem]. Até por isso, a gente sempre coloca a idade ou mais, para ver se pessoas de outras faixas etárias decidem tomar a vacina. Algumas não tomam por medo, outras porque estavam doentes e há as pessoas que são antivacina – um número significativo”, comentou Lahdo.

Além desses exemplos, uma parcela desses 100 mil que ainda não tomaram a vacina por escolha é dos chamados “sommeliers de vacinas”, pessoas que querem escolher qual imunizante tomar.

“As pessoas sabem o que vai ser aplicado, elas acompanham as remessas, e quando falamos que tem determinada vacina, acaba diminuindo a procura. Algumas pessoas estão escolhendo", declarou a superintendente.

"Quando tem Pfizer, vem pessoas de outras faixas etárias, que já poderiam estar imunizadas. Tem muita gente que sai da fila de vacinação quando descobre o imunizante que está sendo aplicado e quer esperar”, e acrescentou que pessoas ligam na Sesau para perguntar quando chegará nova remessa da Janssen, vacina de dose única.

Por causa dessa parcela da população que ainda não procurou a vacinação, a Capital planeja, a partir de agora, intensificar a repescagem, para que pelo menos 90% da população adulta seja vacinada.  

“Vamos investir em publicidade, repescagem. Por ser um público jovem, estendemos a vacinação até as 22h, para que os que estejam estudando ou trabalhando possam se vacinar. O público jovem não vem aderindo ao fim de semana: sábado e domingo há pouca procura, porque eles não podem beber”, afirmou a superintendente.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Pinto de Castro Filho, afirmou que o próximo passo no plano de vacinação da Capital é realizar uma busca ativa por adultos que ainda não se vacinaram. 

“A vacina chegou aos 18 anos. Esperamos autorização da Comissão Intergestores Bipartite [CIB] ou do Ministério da Saúde para que a gente possa baixar a idade. Enquanto isso, vamos começar a busca ativa daqueles que fizeram o cadastro e não foram se vacinar. Vamos ligar na casa das pessoas e falar pelo WhatsApp”, explicou.

Até as 18h de ontem, a Capital havia atingido 80% da população adulta imunizada com uma dose, segundo dados do Vacinômetro. 

“Os 100% nunca conseguimos atingir em nenhuma campanha de vacinação, então, esperamos que pelo menos chegue aos 90%. Atingindo esse porcentual, será satisfatório. Mas 100% é nossa vontade, vamos trabalhar para isso”, acrescentou Lahdo.  

A Capital vacinou até a tarde de ontem 534.656 pessoas com a primeira dose, o que representa 59% da população total do município. Outros 346.776 tomaram as duas aplicações ou a vacina de dose única e estão imunizados (38%).

“A vacina é a ferramento segura que temos para evitar a Covid-19, é a única eficaz contra a doença. Ela não evita que a pessoa tenha a doença, mas a forma grave dela. Quanto mais pessoas vacinadas, mais forte fica o cinturão contra a doença. As vacinas são seguras, e a variante Delta é mais um motivo para que as pessoas se vacinem”, alertou.  

Apesar de ainda não ter a confirmação de que a cepa indiana circula em Campo Grande, a Sesau acredita que ela chegará na cidade em breve.

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