Depois de um longo período longe dos palcos, a arte sul-mato-grossense começa a dar sinais de um retorno gradual, mas importante. Eventos regionais e apresentações nacionais serão realizados na Capital, principalmente após o mês de setembro, e com algumas novidades, segundo produtores e artistas, como o passaporte da vacinação.
O produtor cultural Pedro Silva relata que, após oito adiamentos, finalmente ocorrerá o show da cantora Gal Costa em Campo Grande.
A turnê da artista, denominada “A Pele do Futuro”, será realizada no dia 16 de outubro, às 21h, no Ondara Palace Buffet. Para evitar uma piora da pandemia, Pedro Silva & Jamelão venderão ingressos apenas para vacinados.
Segundo Silva, o retorno será gradual e começa no dia 26 de setembro, com um show em tributo à banda Abba, no Teatro Dom Bosco.
Acostumado a realizar eventos no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, mais conhecido como Palácio Popular da Cultura, o produtor precisou se adaptar à falta de espaços culturais na cidade, que estão passando por reformas.
O Teatro do Sesc Horto, o Centro Cultural José Octávio Guizzo (que abriga o Teatro Aracy Balabanian) e, agora, o Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo estão fechados por esse motivo.
No caso do Teatro Aracy Balabanian, o período sem apresentações é ainda mais longo, desde 2016. O espaço deve ganhar uma reforma completa, com início previsto para dezembro deste ano ou janeiro de 2022, segundo informações da Gerência de Patrimônio Cultural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).
Apenas o Glauce Rocha, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, o Teatro Dom Bosco, o espaço do Sesc Cultura e as sedes de grupos teatrais da cidade estão recebendo apresentações, todos com restrição de público. No Sesc Cultura, por exemplo, é permitida apenas 50% da capacidade.
“Vamos retornar com todas as medidas de biossegurança, álcool em gel, distanciamento. Estamos felizes em poder voltar a realizar os eventos culturais”, explicou Silva, que já reservou seis datas na cidade, inclusive em outubro, com uma peça do Sítio do Picapau Amarelo, às 15h, no Teatro Dom Bosco.
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Mudanças
Segundo a produtora cultural Laila Pulchério, do grupo Circo do Mato, os eventos retornaram com força. “Estamos sendo superprocurados em Campo Grande e no interior, normalmente para festas particulares e sempre com número reduzido de pessoas”, esclarece.
Além das intervenções culturais, o grupo também alterou projetos para se manter em atividade.
“Estamos com um projeto pelo FIC no edital de 2019. No ano passado, parou tudo por causa da pandemia e nós tivemos que alterar o projeto. O original seria uma circulação por 10 cidades do interior, com espetáculo do Circo do Mato e do Circo Le Chapeau, de Dourados. Com a readequação, em vez de realizar a apresentação na praça, nós vamos para bairros periféricos, como um cortejo na rua”, explica Laila, a respeito do projeto Caravana de Circo do MS – Hoje o Circo Foi Lá em Casa.
O projeto terá um caminhão para dar suporte a aparelhos aéreos.
“A ideia é passar como um desfile na porta das pessoas, as pessoas não terão como ir a outro lugar. A gente faz tipo um desfile da varanda, da janela, e elas não se aglomeram. Quem tem carro e quiser apreciar, encosta em uma rua dessas e assiste ao cortejo. Isso deu uma mexida boa no projeto. Esse foi o jeito que a gente encontrou para não aglomerar”, detalha.
As apresentações continuam no interior e devem começar em outubro.
Música
Além dos bares, que estão com apresentações musicais, outros setores estão se preparando para realizar atividades.
Segundo o maestro Eduardo Martinelli, diversas atividades estão marcadas para este ano. “A gente está com bastante coisa programada, visando essa possível reabertura, não total, mas parcial. As coisas meio que estão voltando ao normal, com apresentações presenciais”, ressalta.
Em relação aos concertos, serão realizados dois eventos, um em Campo Grande, denominado Encontro com a Música Clássica, e outro em Corumbá, com a Orquestra de Câmara do Pantanal, ambos no mês de setembro. Na Capital, o evento será na Praça do Rádio Clube.
“É uma agenda bem interessante, temos datas já abertas, algumas com restrições, de acordo com cada localidade”, afirma o maestro.
Os eventos também terão a participação de músicos de fora. No caso da Cidade Branca, vai participar Celina Charlier,
mestre e PhD em Flauta pela New York University, onde lecionou por 18 anos.