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paz OAB de Mato Grosso do Sul solicita resgate de 270 juízas afegãs ameaçadas pelo regime Talibã Entidades pede ao Ministério das Relações Exteriores concessão de asilo político no Brasil, passaporte provisório, acolhimento e alimentação 28 AGO 2021 • POR Gabrielle Tavares • 12h10

Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB/MS), encaminhou ofício ao Ministério das Relações Exteriores solicitando auxílio e resgate de 270 juízas afegãs ameaçadas pelo regime Talibã.

O documento foi elaborado em conjunto com a Comissão de Assuntos de Defesa e Estudos Estratégicos (CADEE), o Superior Tribunal Militar e a Associação Internacional de Mulheres Juízas.

As entidades relatam que as juízas afegãs estão em perigo devido à natureza de seu trabalho e às decisões anteriores que proferiram nos tribunais. 

O Presidente da OAB/MS, Mansour Elias Karmouche ressaltou que as juízas estão sofrendo dramaticamente no Afeganistão.

"Alguns juízes já perderam suas vidas em ataques terroristas e outros recebem diariamente ameaças. Esses magistrados não podem ficar à mercê desses grupos, eles realizaram seus trabalhos, defenderam o estado democrático de direito, e agora merecem ajuda", disse.

Ao Ministro das Relações Exteriores, Carlos França, é requerido esforços para a remoção das magistradas, concessão de asilo político, passaporte provisório, acolhimento e alimentação.  

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A Ministra do Superior Tribunal Militar (STM), Maria Elizabeth Rocha defende que a única saída para a defesa dos direitos humanos é trazê-las ao Brasil.

“A situação humanitária do Afeganistão é dramática, sobretudo o que concerne às mulheres e meninas em condição de vulnerabilidade muito maior. Nós nos valemos da larga experiência que já tivemos em conceder vistos humanitários e asilos políticos, auxílios aos venezuelanos", apontou.

"Por isso encaminhamos ofício tanto ao Comando da Aeronáutica como Ministério da Defesa para que, junto ao Itamaraty, possamos promover essas ações e tentarmos salvar a vida dessas mulheres que se encontram em situação de desespero”, completou.

A Associação Internacional de Mulheres Juízas procurou a OAB/MS por ser a única Comissão no país da área, e ter dois membros preparados pelo Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB).

A Juíza Amini Haddad, membro da Associação, explicou que a entidade está em contato com a Ordem dos Advogados do Brasil, o Superior Tribunal Militar e Ministério da Defesa.

“Nós recebemos esse chamamento internacional através da Associação Nacional de Mulheres Afegãs. Elas clamam por auxílio, asilo político, por auxílio humanitário", afirmou. 

"O Brasil é signatário de tratados internacionais e, portanto, para aqui queremos trazer esse movimento. Movimento mundial que envolve o Brasil, para que também preste esse auxílio humanitário", concluiu.

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