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PANDEMIA Maioria diz que frequentaria locais que exigissem o passaporte Dos entrevistados, quase 90% afirmaram que já tomaram as duas doses da vacina contra a Covid-19 1 OUT 2021 • POR Daiany Albuquerque • 09h00

A maioria das pessoas ouvidas em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR)/Correio do Estado diz que não deixaria de frequentar um local caso ele exigisse a apresentação do passaporte sanitário ou passaporte da vacina, como é conhecido. Dos entrevistados, 51,33% afirmaram que continuariam comparecendo nesses estabelecimentos.

A pesquisa ouviu 300 pessoas acima dos 18 anos, entre segunda-feira e quarta-feira, na região central de Campo Grande. A margem de erro considerada para essa pesquisa é de 4,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%.  

Dos que não voltariam ao local, a porcentagem foi de 48,67% dos entrevistados. Porém, perguntados se já haviam tomado a segunda dose da vacina contra a Covid-19, quase 90% disseram que sim.

A resposta é um tanto contraditória, levando em consideração que, ao serem perguntados se eram favoráveis à instituição do passaporte da vacina, 85,33% dos ouvidos se disseram favoráveis, conforme matéria publicada na edição de quinta-feira do jornal Correio do Estado.

Em relação aos que completaram a imunização, o porcentual que respondeu sim foi de 89%, contra 11% que não sabiam ou não quiseram responder ao questionamento.

Em Mato Grosso do Sul, apenas Chapadão do Sul instituiu oficialmente o passaporte da vacina, na Capital, o prefeito Marcos Trad (PSD) afirmou que nos eventos organizados pelo município haveria a exigência do documento, entretanto, nenhum decreto oficializando a situação foi publicado. 

Para o caso dos eventos privados, a Prefeitura de Campo Grande disse que vai apenas recomendar que seja cobrada a vacinação. Já na Câmara Municipal tramita um projeto de lei que defende a instituição dessa regra em eventos e atividades com aglomeração.

O governo do Estado, que chegou até a fazer evento em parceria com a Federação da Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems) na segunda-feira para anunciar o programa Retomada Segura MS e tinha como uma das vertentes a criação de um passaporte, afirmou que a medida não deve ser mais implementada em Mato Grosso do Sul, pelo menos não agora.

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PASSAPORTE

Mesmo antes que o passaporte seja instituído oficialmente, alguns promotores de eventos já têm exigido o documento, como forma de liberação para entrada nessas atividades.

Após a liberação da prefeitura para shows e eventos culturais, muitos tiveram o passaporte como condicionante para a compra. Um dos exemplos é a Pedro Silva Promoções. Segundo o proprietário Pedro Silva, a empresa decidiu colocar a medida como uma forma de segurança.

“Em toda a nossa divulgação temos informado sobre a necessidade de apresentação do comprovante de vacinação ou de um teste de RT-PCR negativo com no máximo 72 horas de diferença. Estamos seguindo todas as determinações de biossegurança”, afirmou.

No fim de semana, a empresa realizou um show que contou com a presença de mais de 500 pessoas. No local, conforme o promotor do evento, enquanto funcionários mediam a temperatura das pessoas e davam álcool em gel, outras pessoas conferiam o comprovante de vacinação ou o teste negativo.

“Eu como pessoa física sou a favor do comprovante de vacina nos eventos, mas eu como pessoa jurídica tenho de atender à lei, se for oficializada, vou atender”, declarou Silva.

A médica infectologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Ana Lúcia Lyrio afirmou ser totalmente favorável à instituição de um passaporte da vacina. “É a única forma de conseguir que as pessoas que não foram tomar vacina tomem. A principal função é proteger as outras pessoas que estiverem no ambiente”, disse.

Aos 15 anos, a jovem Ana Beatriz Dias Pereira tomou ontem a segunda dose de vacina contra a Covid-19. Para ela, tanto o complemento do esquema vacinal quanto a instituição de um passaporte são importantes.

“[A vacina] protege quem tomou e quem não tomou também. Deveria ter o passaporte, porque, assim, as pessoas vão ter certeza que não vão mais pegar o vírus das pessoas que estão perto”, disse a jovem, que foi tomar a segunda dose acompanhada por três primas, mãe e tia.

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