O União Brasil, partido anunciado oficialmente nesta semana e que terá o dinheiro do PSL e a tradição que o DEM carrega desde que era o antigo PFL, negocia com a deputada federal Rose Modesto (PSDB) a sua transferência para a nova legenda.
Apesar de a deputada federal ter como sua linha auxiliar o partido Podemos, presidido pelo dono de empreiteira Sérgio Murilo, o União Brasil teria passado a ser a primeira opção dela, por causa de dois dos mais importantes fatores para um candidato se eleger: dinheiro.
O União Brasil terá em todo o País mais de R$ 900 milhões para gastar no Fundo Eleitoral; e tempo de televisão, pois a fusão do DEM e do PSL deixaria o novo partido imbatível nos programas políticos eleitorais.
É claro que para se eleger são necessários outros fatores, entre os quais se destacam a empatia e o apoio do eleitorado.
E para isso Rose tem se cacifado com pesquisas internas dos partidos – nenhuma delas divulgada oficialmente – de que ela estaria em uma posição muito boa, tanto na disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul quanto para o Senado.
Em Mato Grosso do Sul, o União Brasil será presidido por Soraya Thronicke, com a qual Rose mantém boa relação. Mas o Correio do Estado apurou que as negociações envolvendo o nome de Rose Modesto não envolvem somente o diretório estadual.
“Continuo à frente do diretório do PSL em Mato Grosso do Sul, enquanto tudo é organizado no União Brasil, pois foi criada uma comissão que reorganizará os diretórios estaduais e municipais por todo o País”, disse Soraya.
O presidente nacional do PSL e futuro presidente do União Brasil, Luciano Bivar, também estaria participando das negociações. E, por falar nestas negociações, outra figura importante do cenário político sul-mato-grossense também participa delas: o ex-governador André Puccinelli (MDB).
Puccinelli, neste cenário, abriria mão de sua candidatura a governador e se lançaria candidato a deputado federal.
Uma fonte que teve acesso às negociações, afirma que o objetivo maior de André Puccinelli é preservar o MDB – partido que já governou Mato Grosso do Sul em várias ocasiões e que permaneceu por mais de 20 anos consecutivos à frente da Prefeitura de Campo Grande – nas próximas eleições.
Em relação ao cargo de deputado, André Puccinelli teria potencial para garantir o partido na Câmara Federal.
ADVERSÁRIOS
Neste mesmo cenário, a senadora Simone Tebet, também do MDB, teria duas opções: a primeira seria alçar voos mais altos e candidatar-se à Presidência da República pelo partido (ou tentar compor uma chapa no movimento que é chamado de terceira via).
No segundo cenário, ela teria espaço para se candidatar à reeleição na mesma chapa que Rose.
Do outro lado, Rose e Simone fariam frente a uma composição em que o tucano Eduardo Riedel sairia a governador e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, se candidataria ao Senado.
Tereza Cristina, diga-se de passagem, deve deixar o União Brasil (ela ainda está no DEM) e migrar para o PP para se candidatar. (Colaborou Graziella Almeida)