O Ministério Publico Federal (MPF) abriu um inquérito para acompanhar a implementação de medidas que conduzam os rezadores - considerados xamãs- e os evangélicos da comunidade indígena da Aldeia Jaguapiré, no município de Tacuru/MS a se resolverem em relação à fixação dos horários dos cultos e o volume do som utilizado.
Há por parte dos rezadores, reclamações de 2019, quanto ao volume do som utilizado nas igrejas evangélicas, o horário dos cultos e a utilização de expressões pejorativas quanto aos rituais tradicionais indígenas e seus praticantes.
De acordo com o MPMS, a Constituição Federal reconhece aos povos indígenas sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e considera que estes devem ser protegidos.
Desta forma, foi instaurado o inquérito com objetivo de salvaguardar os direitos dos envolvidos no conflito.
A unidade responsável pelo acompanhamento da implantação das medidas conciliatórias é o 1º Oficio da Procuradoria da República do Mato Grosso do Sul em Naviraí.
Intolerância
Nos últimos dois anos, três casas de reza foram queimadas em Mato Grosso do Sul, sendo; uma do povo Guarani Kaiowá na cidade Amambaí, uma na Aldeia Jaguapiré e outra na comunidade Laranjeira Nhanderu.
Para os indígenas, a casa de reza é mais do que o local de realização de rituais religiosos, é também o fortalecimento da resistência do povo Guarani-Kaiowá na região.