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Alta Mesmo sem novos reajustes, gasolina passa de R$ 7 em MS Presidente pressiona por redução dos preços nas refinarias; a Petrobras diz que ainda não há decisão sobre cortes nos valores dos combustíveis 7 DEZ 2021 • POR Súzan Benites • 08h00

O último reajuste nos preços da gasolina e do diesel anunciados pela Petrobras foram no dia 26 de outubro. 

Nas últimas três semanas a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta certa estabilidade nos preços praticados em Mato Grosso do Sul, mas a realidade no interior do Estado nem sempre acompanha a da Capital. 

Em Água Clara, por exemplo, o litro da gasolina comum chega a  ser comercializada a R$ 7,35.

No município os preços aferidos foram de R$ 7,14 a R$ 7,36. Em Ribas do Rio Pardo há postos que comercializam o combustível fóssil a R$ 7,03 e na cidade de Naviraí o litro chega a R$ 7,14. Os preços foram conferidos in loco pela reportagem.

O diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos (Sinpetro-MS), Edson Lazarotto, diz que os preços são ditados pelo mercado. 

“O mercado de combustíveis sempre foi e será livre tanto para os postos como para distribuidoras. O sindicato não tem como intervir e nem tampouco explicar preços de cada posto independente de local onde é comercializado, entendemos e recebemos informações que os preços divergem entre as distribuidoras e também preços dos fretes o que origina preços diferentes da Capital, onde estão concentradas 100% das distribuidoras”, explica.

De acordo com o doutor em economia Michel Constantino a distância das distribuidoras e o aumento do frete fazem com que o combustível fique mais caro no interior.  

“As cidades do interior principalmente, praticam preços mais altos, e conforme aumenta a demanda de fim de ano, aumentam os preços. Além disso, os custos logísticos como o frete mais caro fazem os postos aumentarem os preços”, analisa.

Os dados da ANP apontam preço médio de R$ 6,54 em Mato Grosso do Sul, variando entre R$ 6,35 e R$ 6,99. No entanto a pesquisa oficial só leva em conta as cidades de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Três Lagoas.

Mesmo sem considerar os preços de outras cidades, o valor médio registrado pela ANP é recorde da série histórica da agência como o maior valor médio já aferido.

Com o último reajuste do dia 26  de outubro a gasolina acumula alta de 73,4% nas refinarias da Petrobras em 2021.  

PARIDADE

A política de formação de preços dos combustíveis derivados do petróleo tem sido pauta de discussões entre setores e políticos. 

O preço do barril do petróleo tipo brent é usado como referência para a Petrobras, os preços seguem a paridade internacional. O preço de paridade de importação (PPI) reflete os custos totais para internalizar um produto. 

É uma referência calculada com base no preço de aquisição do combustível.

Problema apontado pelo mercado financeiro é que quando os preços do petróleo sobem a Petrobras registra aumento, mas quando o barril apresenta redução os combustíveis não tem queda.

No dia 25 de outubro o barril era comercializado a US$ 86, na semana passada o preço chegou a US$ 68,9. Em outubro o reajuste foi de 7% nos preços da gasolina, já na semana passada não houve alteração.  

“A forma de precificarão da Petrobras é um assunto muito questionado a muitos anos , os postos sempre ficam na expectativa de redução porque quando ocorre aumento ao contrário de que muitos pensam é ruim para o consumidor e também para os postos, pois perdemos margem e volume de vendas”, considera Lazarotto.

O economista explica que a análise de reajuste e queda do petróleo é realizada a cada quinze dias, se nesses quinze dias tiverem uma variação negativa a tendência é reduzir os preços, se a variação for positiva eles reajustam para cima. 

“Além disso, o petróleo no mundo está em falta, a oferta é menor que a demanda, por isso, mesmo caindo o valor do barril, a maioria das vezes o preço da Petrobras não cai. Esse efeito é mais forte neste momento de falta global de petróleo”, disse Constantino.

CÁLCULO

O presidente Jair Bolsonaro já disse que há a intenção de rever a metodologia de cálculo dos combustíveis. Assim como já afirmou que a maior fatia  dos valores fica com os governos estaduais.  

Neste domingo (5) o presidente chegou a afirmar que haveria uma redução nos preços dos combustíveis. 

“A gente anuncia agora, esta semana, pequenas reduções, a princípio toda semana, do preço dos combustíveis”, afirmou Bolsonaro, embora a política de preços da estatal não tenha prazos definidos para ajustes nos preços.

Ontem (6) no entanto a estatal afirmou que ainda não há decisão tomada sobre cortes nos preços dos combustíveis.  

“A Petrobras não antecipa decisões de reajuste e reforça que não há nenhuma decisão tomada por seu Grupo Executivo de Mercado e Preços (GEMP) que ainda não tenha sido anunciada ao mercado”, afirmou a empresa, em comunicado ao mercado.

Ainda em comunicado, a Petrobras diz que “ajustes de preços de produtos são realizados no curso normal de seus negócios e seguem as suas políticas comerciais”, que preveem o monitoramento dos mercados e análise diária do comportamento dos preços em relação a cotações internacionais.

“A Petrobras tem que mostrar resultados para seus acionistas, portanto não abre mão de sua margem de lucro assim como governos Federal e Estadual, pois todos dependem dessas receitas." 

"[A solução seria] um amplo estudo tributário e a Petrobras se tornar totalmente autosuficiente para atender o mercado interno”, contextualiza Lazarotto.

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