Logo Correio do Estado

EM CAMPO GRANDE Delegado-geral da Polícia Civil atira contra carro de mulher que se recusou a parar veículo A condutora teve os três pneus do carro atingidos; Polícia Civil disse que a ação do delegado-geral foi tomada em cumprimento ao dever legal 17 FEV 2022 • POR Izabela Cavalcanti • 09h17

O delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, atirou três vezes contra o veículo de uma mulher, de 24 anos, após ela ter se recusado à ordem de parada. A ação aconteceu na noite desta quarta-feira (16).

Em entrevista, nesta quinta-feira (17), à rádio Capital 95 FM, o delegado disse que se agisse de outra forma estaria prevaricando, que é o descumprimento do dever. A mulher chegou a mostrar o dedo, como forma de ofensa.

"Eu tenho o dever de agir. Se eu tivesse feito de outra forma aí sim, eu estaria prevaricando. Eu vi aquela situação de potencial risco, além da ofensa, liguei os sinais intermitentes, luminosos. Lembrando, veículo descaracterizado que é essencial para o serviço de investigação policial", explicou.

Segundo informações da Polícia Civil, o delegado estava em um veículo descaracterizado, na avenida Mato Grosso, quando a motorista jogou o carro em frente ao veículo policial, infringindo algumas regras de trânsito e começou a fugir da polícia. A mulher estava em um Renault Kwid.

O delegado, então, se identificou como policial através de sinais sonoros da viatura, determinando que a mulher parasse o veículo, o que não foi obedecido. 

O agente conseguiu realizar uma manobra para impedir que o veículo continuasse a transitar. Garcia saiu do veículo, foi até o automóvel da jovem e pediu para que ela saísse do veículo.

Mais uma vez, o pedido não foi obedecido. A condutora efetuou novas manobras no intuito de atingir o delegado-geral e evadir-se.

Com isso, o delegado efetuou dois disparos contra os pneus do veículo. Mesmo assim, a condutora continuou a fuga e mais à frente, e novamente o delegado a alcançou e determinou que parasse.

O comando novamente não foi obedecido e então foi efetuado o terceiro disparo no pneu dianteiro direito do veículo.

Mesmo com três pneus atingidos a condutora conseguiu realizar um retorno no sentido contrário, subindo o canteiro central da Av. Mato Grosso.

Após ser interceptada mais uma vez, a mulher parou próximo a uma escola de inglês.

Então, foi acionado reforço e mesmo com a presença de outros policiais civis e militares a condutora se recusou a sair do veículo.

Após mais de 30 minutos, a condutora decidiu sair do veículo.

Ainda segundo a Polícia Civil, a ação teria sido filmada por uma câmera do tipo “GoPro” que estava no veículo.

Foi testemunhado por um Policial Militar que a condutora teria tentado engolir o chip que estava no equipamento.

Questionada sobre a atitude, a mulher inicialmente negou. Depois já na delegacia, ela entregou um chip a seu advogado, que entregou aos policiais para perícia.

A ocorrência foi apresentada na DEPAC, onde estão sendo colhidos os depoimentos e adotadas as demais medidas.

AÇÃO LEGAL

A Polícia Civil informou que a ação do Delegado Geral foi tomada em cumprimento ao dever legal de agir de um policial que se depara com situação de clara afronta à Lei.

"A reação adotada pelo agente público foi proporcional e necessária frente a agressão sofrida, sendo único meio eficaz, naquele momento, a fazer cessar a ação contrária à Lei", informou.   

Matéria atualizada 12h15min para acréscimo de informações.

Assine o Correio do Estado