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espera árdua Mesmo com 2,3 mil cirurgias por mês, fila por eletivas continua Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, pelo menos 6 mil campo-grandenses permanecem à espera de procedimentos cirúrgicos 15 ABR 2022 • POR Natália Olliver • 14h30

Campo Grande enfrenta uma situação delicada na fila de espera por cirurgias eletivas. Atualmente, pelo menos seis mil pessoas aguardam por operações para diversos procedimentos.

A Capital oferece, por mês, 2,3 mil intervenções médicas de caráter não emergencial, mas este número é insuficiente para suprir a demanda referente aos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).  

Segunda a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), a lista de espera é infinita: mesmo que zerada, no dia subsequente o número de cirurgias pode retornar e aumentar. Conforme a secretaria, o serviço será ampliado em breve.  

Em entrevista ao Correio do Estado, o titular da Sesau, José Mauro Filho, afirmou que, após o recuo dos indicadores da pandemia de coronavírus, as cirurgias eletivas foram retomadas, mas não na velocidade necessária.  

“Por exemplo, a Maternidade Cândido Mariano passou a oferecer cirurgias pediátricas e ginecológicas, o Hospital São Julião ficou encarregado de procedimentos cirúrgicos para reparação da hérnia de disco, o Hospital do Pênfigo e a Santa Casa ficaram com as cirurgias ortopédicas em geral”, pontuou o secretário.

OPERA MS

Agora, a antiga Caravana da Saúde, responsável pelos mutirões de procedimentos não emergenciais, chama-se Opera MS. 

O projeto foi lançado no dia 2 de dezembro do ano passado e, além do nome, tem algumas características diferentes, como, por exemplo, não ser mais voltado a grandes operações em massa.  

O objetivo da ação conjunta dos municípios com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), é atender de maneira periódica e contínua toda a população que aguarda por um procedimento cirúrgico.  

Segundo apurado pela reportagem, é de responsabilidade de cada cidade fomentar o cadastro dos hospitais para a realização dos procedimentos cirúrgicos, que contemplam diversas especialidades. Entre as áreas de maior procura estão as cirurgias de hérnia de disco, as operações vasculares e os procedimentos ortopédicos.  

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) afirmou na época do lançamento do novo projeto que, desta vez, seria realizada uma parceria com hospitais públicos e privados para acelerar a realização dos procedimento e, como consequência, desafogar as filas por cirurgias. 

No escopo do programa estavam prescritos 94 categorias de procedimentos cirúrgicos e 66 tipos de exames de média e alta complexidade.

O deputado Pedro Kemp (PT) reiterou na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, o apelo ao governo do Estado para que seja agilizada a realização das cirurgias eletivas.  

“Tínhamos informação da reedição da Caravana da Saúde, mas em novo formato. Só que continuamos recebendo pedidos, solicitações e apelos de pessoas que aguardam há muito tempo por uma cirurgia eletiva. Inúmeras pessoas aguardam até cinco anos, alguns vivem uma situação de bastante constrangimento, tendo, inclusive, que faltar ao trabalho”, descreveu Kemp.

Para o parlamentar, apesar de a cirurgia ser definida como não urgente, é necessário ter agilidade para a solução do problema, porque alguns casos requerem intervenção de forma mais célere.  

“É necessário uma agilidade maior na área de saúde para reduzir esse número represado de milhares de pessoas no Estado que aguardam cirurgias não emergenciais. Devemos reduzir a fila dos que esperam por esses acontecimentos para aliviar a dor e o sofrimento dessas pessoas”, salientou Kemp.

SAIBA:

Com previsão do início das obras para 2023, o Hospital Dia, em Campo Grande, deve colaborar para que a fila por procedimentos não emergenciais diminua na Capital. O local terá capacidade para 250 a 300 cirurgias por mês. 

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