O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou a Operação Codicia, que mira uma organização criminosa formada por policiais, em Ponta Porã.
Nesta segunda-feira (25), foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, um mandado de medidas cautelares alternativas à prisão e 16 mandados de busca e apreensão.
Conforme o Gaeco, a quadrilha era voltada para a prática de crimes de concussão, peculato, tráfico de drogas e outros correlatos, cometidos no âmbito das delegacias de Polícia Civil de Ponta Porã, cidade que faz fronteira com o Paraguai.
As investigações começaram em maio do ano passado, quando houve a notícia de que os policias da 2ª Delegacia de Polícia Civil utilizaram do cargo para obter vantagem indevida na restituição de um veículo apreendido.
Para reaver um caminhão apreendido, eles cobraram das vítimas um valor, sendo parte do pagamento realizado em pix.
Com a comprovação deste crime de concussão, os policiais passaram a ser investigados, em trabalho que durou cerca de 10 meses.
Durante a investigação, foi identificada uma associação criminosa formada por policiais civis, tanto da ativa quanto aposentados, que se utilizavam dos cargos e da estrutura das delegacias para a prática de diversos crimes.
Eles obtinham vantagens patrimoniais indevidas, especialmente relacionadas à gestão de veículos apreendidos e sob a responsabilidade daquelas unidades policiais.
Também foi constatada a existência de uma organização voltada ao tráfico de drogas.
Os entorpecentes eram retirados do depósito da delegacia de polícia por um escrivão, repassada para outros policiais comparsas, e comercializada.
Na ação desta segunda, além do Gaeco, houve apoio da Corregedoria de Polícia Civil no cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão.
Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar também participaram do apoio operacional.
Entre os itens apreendidos estão grande quantia em dinheiro, celulares e armas.
Até a publicação desta reportagem, o Gaeco não divulgou os nomes dos policiais envolvidos.