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Governo admite ter R$ 1,2 bilhão em bancos Governo admite ter R$ 1,2 bilhão em bancos 28 ABR 2010 • POR • 20h00

Maria Matheus

 

O Governo do Estado admitiu ter aproximadamente R$ 1,2 bilhão aplicado em instituições financeiras. A informação foi em resposta a requerimento do deputado estadual Paulo Duarte (PT), que questionou o Executivo depois de o ex-secretário de Estado de Obras Públicas e Transportes Edson Giroto ter afirmado, em outubro do ano passado, que o Governo tinha R$ 2,4 bilhões em caixa, rendendo juros.

O Executivo encaminhou ao deputado o relatório consolidado do balancete financeiro do Estado. O valor refere-se às reservas existentes em 31 de dezembro de 2009. Para Paulo Duarte, a resposta do Governo – a segunda neste ano – ainda não foi satisfatória, uma vez que não detalhou onde está aplicado o dinheiro, qual o montante atualizado e quanto rende mensalmente. "Continua a dúvida. Qual é o valor real, o que o governo informou pelo balancete que ele enviou ou a informação de um dos principais secretários dele, que disse haver mais de R$ 2,4 bilhões?", indagou.

Além da diferença de valores, o deputado critica a atitude do Governo de contrair empréstimos mesmo tendo dinheiro guardado em caixa. Em março, a Assembleia Legislativa autorizou o empréstimo de R$ 79,9 milhões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em função das perdas da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no período da crise econômica mundial. No ano passado, o Estado foi autorizado a emprestar US$ 300 milhões do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird).

"É falta de responsabilidade. Ele está jogando essa dívida para as futuras gerações. Que empresa, tendo dinheiro aplicado no mercado financeiro, iria buscar dinheiro emprestado, pagando juros, se tem dinheiro aplicado?", questionou Paulo Duarte.

Para o deputado, é falta de responsabilidade da administração estadual "ter o equivalente a três receitas mensais" enquanto o Estado tem "demandas urgentes", como a "contratação de policiais que concluíram a academia" e a "situação precária das Uneis" (Unidades Educacionais de Internação).

"O governo tem dinheiro guardado e começa a gastar esse dinheiro em período pré-eleitoral e o que é pior, investindo, a troco de apoio. E quem não concorda com isso, é riscado da lista do governador, como é o caso do prefeito de Bela Vista, Chico Maia", acusou Duarte.