O Ministério da Saúde confirmou o registro do primeiro caso provável de hepatite aguda grave de causa desconhecida em Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a paciente é uma adolescente de 16 anos, moradora de Ponta Porã.
Em nota, a SES afirma que a menina apresentou sintomas de febre, icterícia, mal-estar e náuseas no dia 5 de abril de 2022.
Foram realizados exames para hepatites A, B, C, D e E, e também testes para para dengue, zika, chikungunya e febre amarela, todos com resultados negativos.
A adolescente não é portadora de doenças metabólicas e exames de ultrassonografia descartaram causas obstrutivas.
A pedido da família, a paciente foi retirada do hospital para se recuperar em casa, sendo monitorada pelas equipes de Vigilância em Saúde e de Assistência do município e do Estado.
O caso ainda está em investigação quanto à causa, pois depende do resultado de outros exames que estão em andamento.
O que se sabe
A hepatite de origem desconhecida já acometeu crianças em, pelo menos, 20 países.
A doença se manifesta de forma muito severa e não tem relação direta com os vírus conhecidos da enfermidade. Em cerca de 10% dos casos, foi necessário realizar transplante de fígado.
A doença atinge principalmente crianças com um mês de vida aos 16 anos. Até o momento, foi relatada a morte de um paciente.
Em comunicado divulgado no dia 23 de abril, a OMS disse que não há relação entre a doença e as vacinas utilizadas contra a covid-19.
“As hipóteses relacionadas aos efeitos colaterais das vacinas contra a covid-19 não têm sustentação pois a grande maioria das crianças afetadas não recebeu a vacinação contra a covid-19”.
Sintomas
De acordo com a Opas, braço da OMS nas Américas e no Caribe, os pacientes com hepatite aguda apresentaram sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia, vômitos e icterícia (quando a pele e a parte branca dos olhos ficam amareladas). Não houve registro de febre.
O tratamento atual busca aliviar os sintomas e estabilizar o paciente se o caso for grave. As recomendações de tratamento devem ser aprimoradas assim que a origem da infecção for determinada.
Os pais devem ficar atentos a sintomas como diarreia ou vômito e a sinais de icterícia. Nesses casos, deve-se procurar atendimento médico imediatamente.