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Economia Antiga siderúrgica da MMX volta a operar a partir de maio Antiga siderúrgica da MMX volta a operar a partir de maio 29 ABR 2010 • POR • 06h09

ADRIANA MOLINA

O grupo Vetorial, que adquiriu a siderúrgica MMX de Corumbá em setembro do ano passado, anunciou a retomada das atividades da empresa na cidade, entre os dias 15 e 30 de maio. Os trabalhadores para a unidade já começaram a ser recontratados, são 150 do total de 250 postos previstos dentro da planta. Outros mil serão colocados no campo, nos plantios de madeira para alimentar a indústria, que devem chegar a 20 mil hectares até o fim de 2010.
Para tanto, o grupo está desembolsando cerca de R$ 5 milhões, além dos R$ 126 milhões gastos na compra da siderúrgica, em 2009. De acordo com o diretor-geral da Vetorial Gustavo Corrêa, nos últimos sete meses o grupo esteve estudando soluções e resolvendo problemas que impediam e dificultavam o início das operações da unidade. “Ainda existem entraves sobre o uso de água industrial, mas estamos confiantes na solução rápida dessa pendência”, disse.
Quando estiver em operação, a nova unidade da Vetorial poderá processar até 30 mil toneladas de ferro-gusa por mês − metade da capacidade do grupo no Estado, que inclui plantas em Ribas do Rio Pardo e Campo Grande. E a produção já tem destino definido pela empresa. “Na importação enviaremos para a Argentina, o Chile e os Estados Unidos. Já internamente, nossos principais compradores estão em São Paulo e na região sul do País”, explica o diretor.
Corrêa agradeceu o apoio da Prefeitura Municipal de Corumbá, que segundo ele, “foi essencial para darmos seguimento às conversas com a MMX que também atuou de forma correta e profissional para que o negócio fosse concretizado”. Ele também elogiou o envolvimento direto do governador André Puccinelli e de sua equipe “que não poupou esforços para desenvolver soluções compartilhadas para os impasses existentes”.

Carvão
Para alimentar a siderúrgica, o grupo contará com floresta própria, terras arrendadas e comprará madeira de produtores independentes para a fabricação de carvão − o gerador de energia nesse tipo de indústria. Inicialmente serão sete mil hectares, entre plantio próprio e parcerias, chegando a 20 mil hectares de base florestal até o fim do ano.
Em 2011, o ritmo de plantio deve subir para 10 mil hectares ao ano, buscando a formação de um maciço de 70 mil hectares de florestas de eucalipto para abastecer as unidades de Ribas do Rio Pardo, Campo Grande e Corumbá.

Reflexos
A retomada das atividades da antiga MMX, em Corumbá, trouxe alívio para o setor, que viveu, em 2008, seu pior momento no Estado, por conta da crise mundial. Conforme o diretor-executivo da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS), Benedito Mário Lázaro, a unidade deve movimentar novamente toda a cadeia produtiva do carvão vegetal, trazendo incentivo para a atividade.
“A siderurgia foi uma das mais afetadas em 2008 e, como não tínhamos mais para quem vender, pois com a crise o mundo deixou de comprar ferro-gusa, paramos de produzir e a cadeia ficou desestimulada”, conta. “O retorno dessa planta hoje é fundamental para garantir a sustentabilidade do setor na região”, completa Lázaro, fazendo uma avaliação da importância dessa retomada para o setor produtivo.
Segundo ele, a pretensão de investimentos internos cerca de 5% − meta do governo federal − é outro grande estímulo, pois implica movimentação da economia através de obras, que obviamente utilizam ferro e aumentam a demanda pelo minério, ampliando o mercado para Mato Grosso do Sul.