Sem acordo salarial, enfermeiros não descartam greve na Santa Casa
Assembleia desta segunda-feira (11) não teve avanços; Santa Casa disse que arcará com pagamentos retroativos e busca acerto com a categoria
11 JUL 2022 • POR Alison Silva • 15h19Os mais de 1,4 mil enfermeiros da Santa Casa não descartam a possibilidade de greve em Campo Grande. Nesta segunda-feira (11), por meio de assembleia, os profissionais da categoria e a diretoria da Santa Casa não chegaram a um consenso sobre o reajuste salarial de 10,16% solicitado pelos enfermeiros.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Siems), Lázaro Santana, disse ao Correio do Estado que esta é a terceira tentativa da categoria em chegar a um acordo com o hospital, tratativas que segundo ele, se “arrastam” desde o início do ano.
“As conversas com o hospital se arrastam desde fevereiro. Amanhã (terça-feira), solicitarei com urgência uma nova reunião com a diretoria da Santa Casa, para que possamos chegar a um acordo o mais rápido possível”, disse Santana. Conforme o sindicalista o reajuste era esperado para maio deste ano.
Segundo o presidente do Siems, as conversas com a diretoria do hospital iniciaram em fevereiro deste ano e a categoria esperava que até maio, tudo estivesse acordado entre os enfermeiros e o hospital. “Já existe um desgaste e por isso farei as solicitações com urgência junto a Santa Casa”, relatou o sindicalista.
Em nota, a Santa Casa disse estar ciente de suas responsabilidades de empregador e reconheceu que a lei garante o reajuste da categoria.
Conforme o hospital, em uma reunião no dia 7 de junho, a diretoria da Santa Casa explicou a situação financeira da instituição para os enfermeiros, e que após o período de contratos com o Poder Público, a Santa Casa apresentaria uma proposta de reajuste salarial aos enfermeiros do hospital.
Em nota, a Santa Casa disse que apesar do acordo não ter sido firmado oficialmente, “conceder o reajuste em data posterior não exime a Instituição de cumprir suas obrigações. Fica garantida a retroatividade do pagamento referente ao mês da data base”.
O hospital disse ao Correio do Estado que foi comunicado da assembleia somente no domingo (10), e que até o momento “não há formalização de protesto ou algo desse teor, tendo em vista o compromisso feito entre a Santa Casa e o SIEMS de retornar as conversas sobre o assunto”, finalizou.
Anteriormente, o Siems disse que, a diretoria do hospital não apresentou qualquer contraproposta, e sustentou que a proposta rebaixada de reajuste zero, "causa indignação na enfermagem", informação negada pela Santa Casa.
Para Lázaro Santana, a categoria reduzirá o número de trabalhadores em caso de não chegar a um acordo com o hospital, e manterá apenas serviços de urgência e emergência.