Mato Grosso do Sul tem 3 óbitos em silos de grãos em menos de um mês
Acidentes preocupam a Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de MS e MT, que pede medidas urgentes
14 JUL 2022 • POR Alanis Netto • 17h03Os óbitos aconteceram nos meses de junho e julho, em silos de grãos em propriedades rurais do Mato Grosso do Sul.
O primeiro foi registrado no dia 14 de junho, em Chapadão do Sul. A vítima, César dos Santos, tinha 22 anos, e sofreu o acidente enquanto limpava o silo. No momento, ele usava o cinto de forma irregular, acabou escorregando e caiu.
O segundo, também em Chapadão do Sul, foi registrado em 4 de julho. A vítima, Elias Venâncio da Silva, de 47 anos, entrou em um silo de soja para desobstruir um equipamento. Ele também escorregou, caiu e foi “engolido” pelo monte de soja.
O terceiro óbito aconteceu dois dias depois, no dia 6 de julho, em Sidrolândia. Alaor Vieira, de 45 anos, caiu no silo mesmo utilizando o cinto de segurança. Os companheiros de trabalho até tentaram puxá-lo, mas não conseguiram devido ao peso da soja sobre seu corpo.
Diante das fatalidades, a liderança da Federação Interestadual dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias de MS e MT (Feintramag MS/MT) pediu que medidas urgentes sejam tomadas, tanto pelo poder público como pelas empresas:
“Os empresários e os sindicatos que representam nossos trabalhadores precisam desenvolver melhores treinamentos e informações aos profissionais da área para que não cometam o erro de achar que acidentes não acontecem”, afirmou José Lucas da Silva, presidente do sindicato.
Ele também reforçou a necessidade das empresas fornecerem os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) aos funcionários, e pediu que a fiscalização do poder público seja efetuada para garantir que seja feito cumprimento das legislações pertinentes à segurança do trabalho. Por fim, recomendou que o próprio trabalhador tome os devidos cuidados no exercício de suas funções e que exija equipamentos de segurança.
MPTO Correio do Estado procurou o Ministério Público do Trabalho (MPT) em Mato Grosso do Sul, foi informado de que existe uma fiscalização acontecendo durante esta semana no interior do estado e que novos dados e informações serão disponibilizadas em breve.
A demanda por fiscalização acontece conforme demanda enviada pelo procurador, e o Ministério é provocado a partir de denúncias.
Empresas que negligenciarem a questão de segurança devem ser denunciadas ao Ministério Público do Trabalho.
DenuncieTodo cidadão que presenciar pessoas atuando de formas que caracterizem o trabalho análogo ao de escravo (em condições degradantes de trabalho; sob jornadas exaustivas; trabalho forçado ou por servidão por dívida) pode denunciar ao MPT.
Basta acessar o site: www.prt24.mpt.mp.br/servicos/denuncias
Ou pelo MPT Pardal, aplicativo do MPT voltado para denúncias.