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ELEIÇÕES 2022 Falha da TVE deixa propaganda de Marquinhos Trad fora de horário eleitoral Ex-prefeito diz que gravou e enviou o programa, mas na montagem da programação, a emissora cabeça de rede não incluiu o vídeo 26 AGO 2022 • POR Alanis Netto, Alison Silva, Glaucea Vaccari • 15h51

O primeiro dia destinado às propagandas partidárias do horário eleitoral gratuito obrigatório, nesta sexta-feira (26), não teve ataques de candidatos, mas foi marcado pela ausência do programa do candidato ao governo do Estado, Marquinhos Trad (PSD).

Durante o tempo destinado ao candidato, não houve exibição de propaganda do ex-prefeito, apenas a tela azul com a mensagem indicando que o horário era dedicado ao programa dele, durante todo o tempo a que ele tinha direito.

Em nota, Marquinhos Trad alega que gravou e enviou o programa para a TVE, que é a cabeça de rede da primeira semana de horário eleitoral, ou seja, a emissora responsável por juntar todas as propagandas de todos os candidatos no programa que vai ao ar e distribuir às emissoras.

Marquinhos diz que houve boicote a ele e ao candidato ao Senado, juiz Odilon, que também não teve o programa exibido.

"O programa foi enviado pela Coligação Muda MS, mas estranhamente, não foi ao ar", diz a nota.

Ao notarem que a propaganda não foi exibida, equipe responsável pela coligação foi até a TVE, com o comprovante do envio dos vídeos em mãos. O programa teria sido enviado na quarta-feira (24), baixado na quinta (25), mas não foi montado no programa distribuído para ir ao ar.

Segundo a equipe de Marquinhos, funcionários da TVE teria alegado estar sozinho e sem pessoal e não soube informar o motivo da propaganda do ex-prefeito não ter sido incluída.

Os responsáveis pela coligação, no entanto, insistiram para que ele montasse o programa, para que as propostas de Marquinhos Trad sejam exibidas pelo menos no horário eleitoral que vai ao no período da noite.

"As emissoras de televisão e rádio fazem um rodízio na distribuição dos programas. Os chamados “cabeça de rede” têm o dever de distribuir os programas para as demais emissoras. A TVE foi a primeira cabeça para distribuição na TV, mas estranhamente, boicotou Marquinhos e Odilon", diz a nota.

A Coligação Muda MS estuda medidas judiciais para reparação do tempo perdido.

Problemas técnicos

Em nota, a TVE afirmou que houve problemas técnicos com os players, aplicativos onde são carregados os vídeos utilizados para baixar os programas eleitorais e as inserções partidárias.

Por este motivo, as produções audiovisuais de algumas coligações que seriam exibidas pela manhã, não foram ao ar corretamente.

"Para reparar os danos da audência dos vídeos dna grade do programa eleitora gratuito, a TV Educativa já entrou em contato com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MS) neste feriado e aguarda as demandas encaminhadas pela Justiça Eleitoral", diz a nota.

A emissora também afirma que tem compromisso com a população de Mato Grosso do Sul e "buscará a qualquer custo a reparação dos possíveis danos produzidos em função dos problemas de ordem ténica ocorridos".

Propaganda eleitoral

Os candidatos ao governo e ao Senado por Mato Grosso do Sul se desdobraram em 25 minutos, e apresentaram suas propostas de campanha nesta sexta-feira (26).

Neste primeiro dia, o foco em se apresentar aos eleitores, falar de trajetórias e parabenizar Campo Grande pelos 123 anos.

Durante o período de propaganda, ocorrido entre o fim da manhã e o início da tarde, falaram à população candidatos ao Senado, deputados estaduais e candidatos ao governo de Mato Grosso do Sul.

Governo

Entre os candidatos ao governo de MS, Adonis Marcos (PSOL), foi o primeiro candidato ao cargo a apresentar seu programa eleitoral.

Com 11 segundos de fala, o candidato do PSOL se apresentou brevemente.

Ele foi sucedido por Rose Modesto (União Brasil), que em pouco mais de dois minutos de tela falou de suas origens, conquistas por ter vindo de família com baixas condições financeiras e contou sua trajetória de trabalho.

Após a fala da candidata, o ex-secretário estadual de Infraestrutura de Campo Grande, Eduardo Riedel (PSDB), iniciou sua fala em tom questionador: “você votaria em uma pessoa que você não conhece bem?”.

Ele usou o tempo para se apresentar, apresentar projetos e trabalhos realizados, e ressaltou também o apoio ao atual presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). 

Em 59 segundos, André Puccinelli (MDB) usou o tempo para falar sobre coisas feitas durante o período em que foi governador do Estado, com a fala de que submete à população o que ele já fez. O emedebista também prometeu mais avanços à Mato Grosso do Sul. 

A advogada Giselle Marques (PT) aproveitou o dia do aniversário de Campo Grande para homenagear a cidade pelos 123 anos e citou o envolvimento dela com o município e o estado. 

Por fim, o horário eleitoral foi encerrada pelo Capitão Contar (PRTB), que em 16 segundos, prometeu, caso eleito, “mudança de verdade” e também chamou a população a conhecê-lo através das redes sociais.

Senado

Primeiro a aparecer na tela, o candidato ao senado, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil) teve pouco mais de um minuto de pronunciamento e também homenageou Campo Grande, falou sobre à Covid-19 e finalizou com a frase “nós somos do tamanho dos nossos sonhos”.

Com 47 segundos, e o terceiro maior tempo de tela entre os candidatos ao senado, Tiago Botelho (PT) foi o próximo a falar. Durante seu pronunciamento, Botelho se disse “senador do Lula” e prometeu reconduzir o povo brasileiro para um caminho de felicidade, "sem andar para trás".

O ex-juiz federal Odilon Oliveira e a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM), não teviram o programa exibido.

Tempo dos candidatos

Abaixo, Confira a ordem dos partidos e os tempos de cada candidato:

Governo

Senado

Presidência

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem o maior tempo diário dentre todos os candidatos, por ter a maior coligação. Serão 3 minutos e 39 segundos de fala, com 287 inserções. Em seguida, está o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, com 2 minutos e 38 segundos e 207 inserções.

Confira a ordem no primeiro dia do horário eleitoral e o tempo de cada partido/coligação:

No caso da propaganda pelo rádio, serão exibidas as falas dos presidenciáveis sempre às terças, quintas e sábados, de 7h às 7h12 e, depois, de 12h às 12h12. 

Já na televisão, o horário é de 13h às 13h12 e 20h30 às 20h42. 

Nesses mesmos dias, serão exibidos os programas de candidatos a deputado federal. O horário gratuito terá 50 minutos em rede, divididos em dois blocos de 25 cada.

Já o tempo total por dia de inserções é de 70 minutos, com inserções de 30 a 60 segundos, divididos igualmente para os cargos que estão em disputa, isto é: senador, governador, presidente, deputado estadual e deputado federal. A distribuição levará em conta três blocos de audiência, entre as 5h e 00h.

Em relação aos programas em bloco, após o primeiro dia de exibição, o partido ou a coligação que veiculou a propaganda em último lugar será o primeiro a apresentá-lo no dia seguinte, seguido pelas demais veiculações estabelecidas no sorteio. 

As sobras de 30 segundos foram sorteadas entre a coligação Brasil para Todos (de Tebet), coligação Brasil da Esperança (de Lula) e o partido Novo.