Candidato pelo PRTB ao governo de Mato Grosso do Sul, Renan Barbosa Contar, capitão da reserva remunerada do Exército, deputado estadual desde janeiro de 2018, tem enfrentado situações desconfortantes nos dias que antecedem à eleição, principalmente devido aos questionamentos enfrentados por ele em debates eleitorais.
Capitão Contar, como é conhecido, entrou para a reserva das forças armadas em dezembro de 2017, dias antes de completar 35 anos de idade, a um mês de assumir o mandato de deputado estadual. Ele frequentava as fileiras militares há 12 anos, tempo que lhe garantiu um salário mensal que gira em torno de R$ 7 mil. Já como parlamentar, ele embolsa cerca de R$ 25 mil mensais.
Um trabalhador comum, se aposenta aos 65 anos, conforme aprovado na reforma da previdência, alteração na Constituição promulgada em 2019, primeiro ano de mandato de Jair Bolsonaro, candidato à reeleição que Contar apoia. A reserva remunerada, a qual Contar integra, é o status das Forças Armadas que mais se assemelham com uma aposentadoria.
Contar nasceu no dia 25 de dezembro de 1983, ou seja, faz 39 anos no próximo Natal.
No último debate, promovido pela TV Morena, Contar se irritou com a pergunta do candidato do Psol, Adônis Marcos, que tocou no assunto da aposentadoria.
O candidato do PRTB disse que “todo o militar” que assume o cargo eletivo, “automaticamente” entra para a reserva. Não retorna mais, a não ser em convocações extraordinárias, como uma guerra, por exemplo.
Adônis mencionou que o “tom” do questionamento teve “conotação moral”, não legal.
Tanto que o concorrente do Psol deixou a entender no debate que os R$ 7 mil poderiam ser “devolvidos”, já que o capitão recebe um bom salário como deputado estadual.
Hoje, no Brasil, a aposentadoria é possível, ao homem, quando este completar 65 anos de idade; a mulher, 61 anos e seis meses. Ou seja, se contar a partir de hoje, o candidato do PRTB poderia alcançar a remuneração da reserva, ou a aposentadoria, caso fosse um trabalhador “comum”, somente em 2048, daqui 25 anos.