A beleza da imperatriz Elizabeth, da Áustria-Hungria, é lendária. Coroada aos 16 anos, quando se casou com o herdeiro do trono, Franz Joseph, Sissi – como era chamada pela família – foi uma Diana de seu tempo: imprevisível, fashionista, infeliz.
No entanto, a parte menos alegre foi praticamente retirada de sua narrativa por muitas décadas, especialmente depois dos anos 1950s, com a trilogia feita sobre sua vida estrelada por Romy Schneider.
Os filmes transformaram o casamento infeliz em uma grande história de amor. A nova versão, a série A Imperatriz, da Netflix, é uma mescla de The Crown e a Sissi original, mantendo de alguma forma a lenda romântica que encantou gerações, mas já apresentando alguns elementos mais próximos da verdade.
A versão atual tem uma reconstituição de época impecável e de destaca a modernidade de algumas das atitudes de Sissi, como sua ligação com a natureza, sua impetuosidade e seu confronto com a complicada sogra dominadora.
Obstinada por saúde e beleza, Sissi era popular entre seus súditos. Na primeira temporada (a segunda ainda não foi anunciada), acompanhamos os primeiros anos da imperatriz na Corte, incluindo a complicada relação com a mãe de Franz Joseph, a Arquiduquesa Sofia, onde está boa parte da tensão da trama com um jogo de poder, amor e ódio.
Terminamos a temporada com a notícia da gravidez de Sissi e como é uma figura histórica, não é spoiler comentar o que ela viveu.
Um dos seus maiores traumas e mágoa com o marido foi ter sido afastada de seus filhos, que pertenciam à Coroa.
A jovem imperatriz se apegou à filha, Sofia (que a sogra decidiu que teria seu próprio nome), mas criança, assim como a irmã, Gisela, nascida um ano depois, eram educadas longe dela.
Para escapar do controle da sogra, Sissi passou a ficar mais tempo na Hungria, onde se envolveu com política e era adorada pelo povo.
Infelizmente foi nesse país que a pequena Sofia morreu de tifo e essa perda engatilhou uma profunda depressão na jovem imperatriz, que também desenvolveu em paralelo um distúrbio alimentar – bulimia – e passou a ser obstinada a controlar o peso e a sua beleza.
Embora Franz Joseph genuinamente gostasse de Sissi, ela não retribuía a mesma intensidade de amor.
Teve amantes e era louca pela filha mais nova, Marie Valerie, mas tinha problemas com seu único filho, Rudolf, um jovem atormentado e depressivo que teve uma morte muito suspeita, abafada por muitos anos para esconder o pacto de assassinato e suicídio que ele fez com a amante.
Com a morte do herdeiro da coroa, Sissi voltou a ficar deprimida e vestir apenas preto.
Mais para o final de sua vida, Sissi se reaproximou do marido, como amiga. Aos 60 anos ela foi assassinada em um atentado terrorista, na Suíça, onde o jovem italiano e anarquista Luigi Lucheni a esfaqueou.
Com apenas 6 episódios, a interpretação da atriz alemã, Devrim Lingnau, foi considerada um dos pontos altos de A Imperatriz. Se houver mais temporadas, tomara que acelerem o ritmo! Mas ainda tem muita história para ser contada.