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INVESTIGAÇÃO Armas apreendidas com portador de CAC investigado pela PF somam cerca de R$ 100 mil Pedreiro com registro de CAC tinha pistolas, fuzis de assalto e coletes da polícia 15 OUT 2022 • POR Da redação • 17h30

Nesta sexta-feira (14), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ópla, a partir da qual ocorreu a prisão do pedreiro Narciso Chamorro, em Campo Grande, desencadeando o inquérito da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. Em levantamento de preços feito pela equipe do Correio do Estado, estima-se que as armas apreendidas somem cerca de R$ 100 mil. 

Conforme já noticiado por nossa equipe, o pedreiro Narciso Chamorro, 32 anos, é alvo de inquérito, após flagrante portando um arsenal de armas que seriam entregues. 

No flagrante, a Polícia Federal apreendeu o carro de Narciso Chamorro e, em sua casa, encontraram três pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, sendo duas delas equipadas com "kit rajada" (uma delas com a numeração raspada), e seis carregadores de pistola Glock.

Também foram apreendidos quatro fuzis da marca Imbel, modelo IA2, dos quais três tinham número de série e um estava com a numeração raspada. 

Haviam, ainda, três coletes balísticos com a inscrição "Polícia Civil", cinco balaclavas (toucas ninja), 116 munições calibre 9 milímetros, 80 munições para fuzil de calibre 7,62 milímetros, um colar de ouro, 16 carregadores de fuzil 7,62 milímetros, além de alguns documentos das armas e caixa de munição. 

Conforme o cálculo que realizamos, estima-se que as pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, custam, em média, R$ 7 mil cada uma. 

Já os fuzis da marca Imbel, modelo IA2 custam no mercado, em média, R$ 12.000 a R$ 15.000 cada um. Ou seja, o valor da soma dos produtos pode até passar de R$ 100 mil, dependendo do vendedor. 

Sobretudo, não se inclui na conta os demais bens apreendidos em flagrante, como os coletes a prova de balas, balaclavas ninja, munições e demais equipamentos.

Para este serviço, o pedreiro informou que receberia um pagamento de R$ 2 mil em dinheiro vivo no momento da entrega. 

Investigação 

A investigação policial, inclui como alvo, ainda, o proprietário de um clube de tiros, Caça Golden Boar. O dono é denominado como Rodrigo Donavan. 

Donavan passou a ser alvo do inquérito por, além de Chamorro ter posse de um boné do Clube de Caça Golden Boar no momento do flagrante, o pedreiro investigado afirmou, em seu depoimento à Polícia Federal, que seria funcionário de Donavan.

Conforme constatado pela investigação, o pedreiro realmente prestou serviços a Rodrigo, não existindo nenhum vínculo empregatício atual, pelo menos não registrado oficialmente. 

Em nota de esclarecimento, o clube de tiro reforça: "o único vínculo havido entre o clube e o Sr. Narciso foi de prestação de serviços de construção civil, de modo que o uso indevido ou a associação do nome Clube em suas práticas supostamente criminosas serão oportunamente esclarecidas pela Justiça, em quem o Clube deposita sua absoluta confiança", diz o texto. 

Entretanto, o clube não fez nenhuma menção ao fato de Rodrigo Donovan, proprietário do local, ser um dos investigados pelo inquérito da Polícia Federal. 

Saiba

A nota do clube foi divulgada após reportagem do Correio do Estado divulgar que o clube de tiro Caça Golden Boar seria suspeito de repassar arsenal ao crime organizado. 

Desse modo, a presidente do local, Ellen Lima de Souza de Andrade, negou, por meio de nota, qualquer envolvimento do clube com o pedreiro Narciso Chamorro.