Tribunal de Justiça de MS arquiva pedido de Marquinhos Trad para investigar secretário de Segurança
Ex-prefeito acusa secretário de divulgar informações sigilosas sobre casos de assédio que o envolvem
19 OUT 2022 • POR Ana Clara Santos • 18h15O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) arquivou a ação judicial movida pelo ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, contra o atual secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira.
De acordo com o relatório de arquivamento, o ex-prefeito buscava instaurar uma investigação contra Videira por suposto abuso de seu poder, por ter divulgado informações sobre o inquérito que acusa Trad de crimes contra a dignidade sexual e que tramita em segredo de Justiça.
Além disso, Marquinhos ainda afirmou que o secretário trouxe à tona uma outra investigação contra ele ocorrida em 2018, que envolveu uma pessoa menor de idade. À época, as acusações foram arquivadas pelo TJMS.
Questionada, a Procuradoria-Geral de Justiça manifestou-se pelo arquivamento porque não tem os requisitos mínimos para que a queixa seja considerada pela Justiça, como, por exemplo, a exposição do fato criminoso e suas circunstâncias, a qualificação do acusado, classificação do crime, ou até mesmo testemunhas que confirmem os fatos.
Dessa forma, os desembargadores do Tribunal de Justiça acataram o posicionamento da Procuradoria e arquivaram o pedido de investigação.
POLÍCIA PEDE INDICIAMENTONesta segunda-feira (18), a Delegacia da Mulher de Campo Grande terminou o inquérito que investigava Marquinhos Trad por crimes de estupro, importunação sexual e assédio sexual contra três mulheres. O ex-prefeito foi indiciado e o inquérito será encaminhado para o Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
As denúncias foram feitas em julho deste ano, e os atos sexuais ou tentativa de atos sexuais, em algumas ocasiões, ocorreram no gabinete da Prefeitura de Campo Grande, conforme o relato das vítimas.
Na manhã de ontem, Trad compareceu à Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para prestar depoimento sobre os crimes.