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BALANÇO

Operação La Casa de Papel apreende de Opala 72, gado e ovelhas a 268 kg de esmeraldas

Investigação iniciada em Dourados cumpriu 47 mandados contra grupo de empresários, entre eles Patrick Abrahão, casado com a cantora carioca Perlla

20 OUT 2022 • POR Leo Ribeiro e Glaucea Vaccari • 15h01
Entre apreensões estavam mais de 200 kg de pedras verdes, que seriam esmeraldas e devem passar por perícia   Polícia Federal

Investigação iniciada em Dourados, a Operação La Casa de Papel apreendeu itens de luxo, que vão desde um Opala 72 a 75 ovelhas; 100 cabeças de gado; celulares; computadores; quantias de dinheiro em reais, euros e dólares americanos, inclusive em cripto ativos de um grupo de empresários. 

Vale ressaltar que entre os presos, está o empresário Patrick Abrahão, casado com a ex-funkeira carioca, cantora Perlla. Ele seria um dos donos da rede que era suspeita de aplicar golpes. 

Foram apreendidos, além do GM/Opala 72, vários outros veículos, entre eles: 

1 VOLVO XC90 T8 INSCRIPT,  2 Caminhonetes TOYOTA HILUX,  1 BMW 325i,  1  I/BMW X6,  1 I/Audi A5,  1 caminhonete VW/Amarok,  1 PORSCHE CAYENNE,  1 PORSCHE BOXSTER,  1 RAGEN ROVER,  1 Mercedes Benz GLC250 e  1 GM/Opala, ano 1972; 

Além de um Reboque, uma Lancha HP Aqua I e um Jet Sky.

Ainda, a Operação encontrou uma carga de material (268 kg de pedras verdes), que se assemelham a esmeraldas, que aguardam avaliação da perícia. 

Também, foram apreendidos R$ 21.000; 1280 Euros; 9.250 dólares americanos e 250 mil dólares americanos em cripto ativos, além de joias, relógios e canetas.

Importante frisar que, também foi decretado sequestro de vários imóveis inclusive, que estão espalhados por São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.

Esquema de pirâmide causou prejuízo a mais de 1,3 milhão de pessoas em 80 países
Investigação

As investigações começaram em 2021, na cidade de Dourados, após a prisão em flagrante de dois integrantes do grupo e de um segurança particular, que transportavam 100 mil dólares em esmeraldas, sem a documentação comprobatória da origem legal da pedra preciosa.

Eles estavam seguindo para o Paraguai, com escolta armada, 

As investigações apontaram a existência do esquema e que os envolvidos tinham relação com uma entidade religiosa e, a partir disso, foi possível a identificação de mais envolvidos na organização criminosa.

Além da pirâmide financeira, a quadrilha também praticava crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

Os investigados utilizavam redes sociais, marketing e reuniões em diversos estados e países para captar investidores.

Também havia apoio da igreja que pertencia a um dos suspeitos e que, sozinha, movimentou mais de R$ 15 milhões, sendo utilizada para a ocultação e lavagem de dinheiro.

Para movimentação do dinheiro, também foram utilizadas as contas bancária dos investigados, empresas de fachada, parentes e terceiros ligados ao grupo.

O grupo oferecia pacotes de investimentos, com aportes financeiros que variavam de 15 dólares a 100 mil dólares, com promessa de ganhos diários em percentuais altissímos, que poderiam chegar a 20% ao mês e 300% ao ano.

O lucro seria através de transações no mercado de criptoativos, por supostos traders que seriam responsáveis por multiplicar o valor investido. Eles também incentivavam os investidores a atrair novos clientes, prometendo ganhos sobre os valores investidos pelas novas pessoas atraídaas para o esquema.

Os supostos investimentos também englobavam lucros provenientes de minas de diamantes e esmeraldas, mercado de vinhos, viagens, usina de energia solar e de reciclagem entre outros.

No fim do ano passado, o grupo se sofisticou e lançou duas criptomoedas próprias, sem qualquer base financeira.

Investigação apontou que houve manipulação de mercado para valorizar a criptomoeda artificialmente em 5.500% em 15 horas, com objetivo de manter a pirâmide mais tempo em atividade, já que as moedas digitais foram usadas para pagar os investidores.

Com a valorização rápida, no entanto, as criptomoedas perderam o valor de mercado.

Pelas redes sociais, os supostos empresarios afimarvam que estavam legalizados na Estônia e que eram sócios de duas instituições financeiras, mas as empresas não existiam, além do grupo não ter autorização para captação e gestão dos recursos em qualquer país.

Contra os investigados, havia diversos alertas de órgãos financeiros em países como Espanha e Panamá, pela ausência de autorização para operar e que se tratava de esquema de pirâmide financeira.

Os integrantes do esquema tinham milhões de seguidores nas redes sociais e ostentavam vida luxuosa, atribuindo ao sucesso pessoal e de investimentos.

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