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Denúncia CAC Investigado pela PF é denunciado por posse de arsenal Denúncia é quanto à regularidade do armamento apreendido com Chamorro no último dia 5 deste mês, nas Moreninhas 23 OUT 2022 • POR Alison Silva • 15h00
Denúncia é quanto a legalidade do armamento em posse de Chamorro   Foto/ Senado / Divulgação

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Promotor de Justiça Oscar de Almeida Bessa Filho, denunciou o pedreiro Narciso Chamorro, preso no último dia 5 deste mês com um arsenal bélico, nas Moreninhas, em Campo Grande.

Segundo investigações, o arsenal em posse de Chamorro seria repassado à quadrilhas especializadas em crimes de grande potencial ofensivo, como roubo a bancos e domínio de cidades, ação conhecida como “novo cangaço”. 

De acordo com o processo, a denúncia do Ministério Público é  em relação às demais armas apreendidas com ele, “tendo em vista a ausência de elementos com relação a regularidade do armamento apreendido”, uma vez, segundo o MP,  foi constatada que as armas apreendidas estavam registradas e o denunciado era Colecionador, Atirador e Caçador (CAC).  Chamorro segue na Gameleira, penitenciária estadual de segurança máxima. 

A prisão de Chamorro desencadeou inquérito da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul. No último dia (14), a Polícia Federal deflagrou a Operação Ópla, a partir da qual ocorreu a prisão do pedreiro Narciso Chamorro, na capital.

A instauração do inquérito acerca do fato tem objetivo de desarticular um esquema de transferência de armas adquiridas legalmente por meio de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs) para o crime organizado.  

Apreensão

A Polícia Federal apreendeu o carro de Narciso Chamorro e, em sua casa, três pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, sendo duas delas equipadas com "kit rajada" (uma com a numeração raspada), e seis carregadores de pistola Glock.

Foram apreendidos quatro fuzis da marca Imbel, modelo IA2, dos quais três tinham número de série e um estava com a numeração raspada. 

Haviam, ainda, três coletes balísticos com a inscrição "Polícia Civil", cinco balaclavas (toucas ninja), 116 munições calibre 9 milímetros, 80 munições para fuzil de calibre 7,62 milímetros, um colar de ouro, 16 carregadores de fuzil 7,62 milímetros, além de alguns documentos das armas e caixa de munição. 

Conforme o cálculo realizado pelo Correio do Estado, estima-se que as pistolas calibre 9 milímetros da marca Glock, todas da Geração 4, custam, em média, R$ 7 mil cada uma.  Já os fuzis da marca Imbel, modelo IA2 custam no mercado, em média, R$ 12.000 a R$ 15.000 cada um. Ou seja, o valor da soma dos produtos pode até passar de R$ 100 mil, dependendo do vendedor. 

Para este serviço, o pedreiro informou que receberia um pagamento de R$ 2 mil em dinheiro vivo no momento da entrega. 

Desdobramento

Para além da denúncia, o Ministério Público de MS requereu a expedição de ofício à Autoridade Policial para que instaure Inquérito Policial Complementar, visando à identificação dos demais envolvidos no fato, para além da continuidade das investigações.   

Por sua vez, o Promotor de Justiça do caso solicitou a decretação de “SIGILO dos autos, haja vista a necessidade de continuidade das investigações para identificação dos demais envolvidos na empreitada criminosa”. 

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