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Saída Tabosa deixa PDT e diz que legenda vai se 'esvaziar" em MS daqui em diante Comando regional do partido responde: 'vamos ver se ele tem peito para sair' da sigla 24 OUT 2022 • POR Celso Bejarano • 18h00
Comando regional do partido responde: 'vamos ver se ele tem peito para sair' da sigla   Foto: Arquivo / Correio do Estado

Vereador em Campo Grande Marcos Tabosa, do PDT, disse que vai abandonar o partido "por falta de comando local", e ainda que a legenda, hoje em Mato Grosso do Sul com 49 vereadores, sete vice-prefeitos, três prefeitos e um deputado estadual deve se "esvaziar" daqui em diante porque os pedetistas estariam "aborrecidos" com o desempenho da sigla no primeiro turno.

Feedback do comando regional do PDT: "vamos ver se ele [Tabosa] tem peito para isso [deixar a legenda], o mandato é do partido, não dele", afirmou Carlos Eduardo, que integra a direção estadual dos pedetistas.

O PDT sofreu intervenção nacional em abril passado, assim que o deputado federal Dagoberto Nogueira deixou o partido e filiou-se ao PSDB. Assumiu o Partido Democrático Trabalhista em MS, Marcelo Panella, que é o tesoureiro nacional da sigla.

O vereador Marcos Tabosa disse que "deixou" o partido porque o comando nacional da sigla anunciou que quem vai chefiar a legenda em Campo Grande, é o deputado estadual eleito Lucas de Lima.
Para Tabosa, a definição pelo nome de Lima estaria ligada a um projeto do partido em lançar o deputado como candidato a prefeito de Campo Grande.


"Não tenho nada contra o Lucas de Lima, mas a eleição [prefeito da Capital] vai acontecer só daqui a dois anos", afirmou o vereador, num tom crítico a estratégia do PDT, já que ainda restam dois anos para o pleito.
O vereador criticou também o fato de o PDT nacional ter imposto a intervenção "sem consultar ninguém e que isso provocou um desmonte na sigla".

"Isso é politicagem, não é meu perfil. Sou um sindicalista [ex-presidente da entidade integrada pelos servidores municipais]. Apoio o diálogo democrático. Brigo pelo trabalhador, pelo social, pelas minorias. Por isso vou me afastar", afirmou.

O vereador sustentou que antes de sair do PDT vai consultar o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para compreender como deve agir para cumprir as "vias legais" acerca da saída da legenda. "Muitos, muito vereadores também vão sair do partido", garantiu Tabosa, há oito anos na sigla.


OUTRO LADO

Carlos Eduardo, membro da diretoria regional do PDT em MS, afirmou que "não é uma surpresa a saída Tabosa".

"Convidamos ele para participar do diretório municipal, mas não quis. Ele [Tabosa] quer o partido para ele, pensa na carreira, não no partido. No primeiro turno [disputa pelo governo de MS] o PDT apoiou o Eduardo Riedel [candidato do PSDB], ele o Puccinelli [candidato do MDB], agora, no segundo turno, o PDT apóia o Riedel, ele o Contar [candidato do PRTB]", disse Carlos Eduardo, como exemplos de que o vereador estaria tomando atitudes dissonantes ao partido.

Outra questão dita pelo integrante do comando estadual do PDT tem a ver com o saída de Tabosa do partido. "Para deixar o PDT, ele terá de largar o mandato. Vamos ver se ele é tão corajoso, tem peito para isso", desafiou o diretor.

Eduardo disse ainda que o PDT deve "crescer daqui em diante" e que "muitos" pretensos candidatos às eleições municipais já procuram o partido em busca de filiações.

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