Logo Correio do Estado

Eleições 2022

"Plano de governo vazio, generalista e evasivo", diz Riedel sobre Capitão Contar

Candidato do PSDB, diz que capitão aposentado promete compliance para combater corrupção, mas não teve cuidado de aplicar as mesmas regras em sua chapa

26 OUT 2022 • POR Eduardo Miranda, Alanis Netto • 17h30
  Marcelo Victor/Correio do Estado

Em debate promovido pelo Correio do Estado e a rádio CBN Campo Grande, o candidato do PSDB, Eduardo Riedel, disse que o candidato do PRTB, o capitão reformado do Exército, Renan Contar, 38 anos, fala em “compliance” sem ter a menor ideia do que está falando.


“É tema único de campanha porque não tem o que falar, não tem proposta. Um plano de governo vazio, generalista, evasivo, não tem o que dizer. E aí fica apontando o dedo, me acusa de um monte de coisa e fica falando esse tipo de situação”.


Antes de falar sobre sua proposta, o tucano afirmou: “Vou ensinar para ele o que é compliance no órgão público, porque é o programa de integridade do Mato Grosso do Sul”.


As declarações de Eduardo Riedel foram dadas em resposta à pergunta do editor do Correio do Estado, Eduardo Miranda, sobre os projetos anticorrupção do plano de governo do candidato. O jornalista colocou em pauta as suspeitas de caixa 2 que pairam sobre a campanha do candidato do PRTB e capitão aposentado do Exército, Renan Contar.


Contar não foi ao debate, mas tem prometido implantar o compliance (investigação prévia e interna antes das tomadas de decisão) em sua administração. Em sua campanha, porém, tem sido alvo de denúncias, e processos antigos ligados a seus aliados têm vindo a público neste período. Essas situações, em uma empresa, poderiam ter sido barradas pelo compliance.

Compliance


A palavra vem do verbo do inglês “to comply”, que se refere a estar em conformidade com leis, padrões éticos, regulamentos internos e externos.
No Brasil, o termo ficou mais conhecido após a promulgação da Lei n° 12.846/13, também chamada de “Lei Anticorrupção”, que responsabiliza pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. 

Proposta apresentada por Riedel


Durante a sabatina, Eduardo Riedel afirmou que 32 autarquias estaduais estão com a capacidade de entrar no programa, que fará primeiro uma consultoria específica da própria Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (CGE), que é um órgão independente, isento, que tem o respaldo da Controladoria-Geral da União (CGU), que também estará no programa, que será conduzido dessa forma.


“O nosso ISO, a nossa garantia da prevenção à corrupção dentro do estado, é a própria CGU, mesmo não tendo verba federal, numa correlação que a CGE está montando com eles. Então você entra com consultoria, define processos, altera e implanta isso para que não haja brecha ou margem para qualquer mal feito, e no segundo momento a CGU vem avalizar tudo que foi construído. É assim que eu vou conduzir o programa de prevenção à corrupção”.


Segundo o candidato, a proposta irá além: o plano é mandar uma lei para a Assembleia, que faça com que todo o fornecedor do estado que tenha um núcleo de inteligência da CGE, que tenha discutido amplamente sobre o assunto, e que realize um fornecimento de R$15 milhões por ano para o estado, tenha em sua empresa um programa ditado pelo governo. 


“O programa de prevenção estará no fornecedor do estado. É uma outra maneira de fortalecer diretamente essa situação de prevenção à corrupção”, completou.


No tempo que restou para a resposta, Riedel voltou a se defender dos ataques de Contar.
“Ele me acusa muito. Não tenho um processo, uma investigação, nada na minha vida em todas as instituições e no governo”, finalizou.

Debate

Vale lembrar que ambos os candidatos, que disputam o segundo turno, foram convidados formalmente para a discussão, mas Capitão Contar não compareceu ao debate. Sendo assim, Eduardo Riedel foi entrevistado por jornalistas e convidados, conforme previsto no regulamento.

Assine o Correio do Estado.