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Eleições

Campanha em Mato Grosso do Sul foi bancada por R$ 110 milhões do Fundão

Recursos públicos financiaram grande parte da campanha eleitoral no Estado, e maior parte foi para a disputa ao governo

29 OUT 2022 • POR BEATRIZ FELDENS • 09h00
No primeiro turno, Luiz Henrique Mandetta e Marquinhos Trad tiveram as maiores receitas do Fundão para os cargos que concorreram   DIVULGAÇÃO

O repasse do Fundo Especial, também conhecido como Fundão Eleitoral, para as campanhas políticas de Mato Grosso do Sul chegou a R$ 110,2 milhões nas eleições deste ano. Os números são do Tribunal Regional Eleitoral.

Parte desses recursos, sobretudo os que não forem utilizados, ainda pode ser devolvida. 
Levantamento feito pelo Correio do Estado indica que o recurso público abasteceu a grande maioria das campanhas políticas do Estado neste ano.

Até sexta-feira, todas as candidaturas de Mato Grosso do Sul (governador, senador, deputado federal e deputado estadual) haviam arrecadado, juntas, R$ 133,4 milhões. Desse total, R$ 110,2 milhões vieram do Fundão Eleitoral. 

Governo

No total, os oito postulantes ao governo do Estado tiveram à disposição R$ 32,9 milhões (R$ 32.396.915,20), sendo R$ 26,2 milhões do Fundo Eleitoral. O valor refere-se à receita total dos dois turnos do pleito. 

No primeiro turno, a maior arrecadação foi a do ex-prefeito de Campo Grande Marquinhos Trad, do PSD, que recebeu R$ 6.658.371, sendo 98,66% do Fundão (R$ 6.569 milhões). O candidato, porém, não conseguiu avançar para o segundo turno.

No segundo turno, a receita de Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB) aumentou. A lei permite um acréscimo de até R$ 3,1 milhões nas receitas e nos gastos para esse período. 

Dentro desse contexto, o ex-secretário de Governo Eduardo Riedel, que concorre ao cargo pelo PSDB, durante os dois turnos, somou R$ 8,4 milhões de receita total, enquanto o deputado estadual, Renan Contar captou R$ 1,5 milhão.

Senado

As campanhas para o Senado custaram R$ 9.914.212,01, e a do ex-ministro da Saúde Henrique Mandetta (União Brasil), que não foi eleito, foi a mais cara. Mandetta recebeu R$ 3.160.302,77 em recursos, e 90,46% (R$ 2.858.915,27) vieram do Fundão.

Já os candidatos a deputado estadual arrecadaram R$ 48,8 milhões, e os repasses do Fundão totalizaram R$ 45,7 milhões. A campanha mais cara foi a da candidata Michela Dutra, do União Brasil, pastora e ex-líder do conjunto musical Michele e Banda. A candidata, porém, obteve apenas 4.725 votos válidos e não foi eleita.

Ela arrecadou R$ 3,1 milhões para a campanha, e a totalidade dos recursos veio do Fundo Eleitoral.
Outro que não foi eleito foi Fábio Trad, do PSD, que teve à disposição R$ 2,8 milhões.

Waldemir Moka, do MDB, ex-senador, obteve R$ 2,6 milhões, mas também não garantiu a cadeira na Câmara dos Deputados. Nenhum deles alcançou a suplência.

Assembleia

A arrecadação de recursos para disputar vagas na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul (Alems) atingiu R$ 42,2 milhões. Os recursos oriundos do Fundão Eleitoral totalizaram R$ 29,4 milhões. 
Os candidatos que mais receberam receitas foram eleitos, com exceção de Raquelle Trutis, do PL, que obteve R$ 1 milhão e alcançou a primeira suplência. 

As maiores verbas ficaram para os tucanos eleitos Jamilson Name (R$ 1,12 milhão), Mara Caseiro (R$ 1,1 milhão) e Lia Nogueira (R$ 1,05 milhão).

Desistências

Candidatos que renunciaram ou tiveram os registros indeferidos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) antes das eleições do dia 2 de outubro gastaram R$ 919 mil do Fundo Eleitoral.

Fundão

Essas receitas partidárias são arrecadadas do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), popularmente conhecido como Fundão. Segundo o TSE, em todo o País, cada partido político tem direito a uma parcela dos R$ 4,9 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, que é a verba destinada às legendas para as eleições gerais deste ano.

O União Brasil, sigla resultante da fusão do Democratas (DEM) com o Partido Social Liberal (PSL), recebeu o maior montante – mais de R$ 782 milhões –, dinheiro que foi distribuído entre os candidatos da legenda em todo o Brasil.

Em seguida, na lista das maiores arrecadações, vêm o PT, com pouco mais de R$ 503 milhões; o MDB, com R$ 363 milhões; o PSD, com R$ 349 milhões; e o PP, com aproximadamente R$ 344 milhões. Juntos, esses cinco partidos respondem por 47,24% dos recursos distribuídos.

R$ 133 mi RECEITA total 

Os candidatos que disputaram as eleições em Mato Grosso do Sul receberam, juntos, R$ 133 milhões.