O segundo turno das eleições em Mato Grosso do Sul ocorreu de forma tranquila na maioria das seções de Campo Grande. A presença do eleitor às urnas nesta etapa oscilou, mas os instantes finais trouxeram calma para quem deixou para votar na última hora.
Se comparado com o primeiro turno (realizado no dia 2), a maior parte dos colégios eleitorais de Campo Grande registrou uma redução no fluxo de eleitores que compareceram às urnas neste 2º turno.
De acordo com fiscais do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) ouvidos pela reportagem, essa diferença pode ser, em grande parte, porque desta vez a escolha de candidatos era apenas para apenas dois cargos – no primeiro turno os eleitores tiveram de escolher deputado federal, deputado estadual e senador, além de presidente e governador.
Em MS, os eleitores voltaram às urnas para escolher um novo governador e o presidente da República.
Ao Correio do Estado, fiscais da Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, localizada na Rua Bahia, no Centro de Campo Grande, apontaram que a movimentação foi tranquila durante todo o dia.
Segundo os funcionários, também não houve grandes filas de espera. “Dá a impressão de que tem menos gente porque todos estão votando rápido, por ser apenas dois candidatos. Não teve filas grandes porque as pessoas chegam, votam e já saem. É rápido”, afirmou uma das fiscais.
Embora a proximidade do Dia de Finados, na quarta-feira, também possa ter influenciado na movimentação dos locais de votação, o fiscal Adriano Humberto Ferreira de Souza, que também trabalhou no primeiro turno, disse que o número de abstenções não foi muito diferente do dia 2 de outubro.
“Acho que [a abstenção] está a mesma coisa, porque a gente acompanha pelo caderno e está a mesma quantidade do primeiro turno. Mas hoje é mais rápido porque são menos candidatos e acaba não formando fila”, afirmou Souza.
Ele ainda reiterou que a questão do feriado influenciou pouco no comparecimento dos eleitores às urnas.
Na Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, uma fiscal do Tribunal Regional Eleitoral disse que muitos votantes não compareceram por terem esticado o fim de semana, aproveitando o feriado de quarta-feira.
Já na Escola Estadual Joaquim Murtinho, na Avenida Afonso Pena, as fiscais entrevistadas afirmaram que também observaram um fluxo menor de pessoas, inclusive, não houve necessidade de formar fila para aguardar a vez de votar.
De acordo com elas, essa falta de fila se deve à quantidade de candidatos nos quais os eleitores precisavam votar, ou seja, o processo foi mais rápido por ser uma disputa para governador e presidente da República.
Ainda não há como saber o número de abstenção dos eleitores neste segundo turno porque a contabilização é feita após o fechamento das urnas e divulgada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Entretanto, pela análise feita por fiscais do TRE-MS, as abstenções estão baixas, sendo mais provável que o fluxo de pessoas esteja mais acelerado para votar. Por exemplo, em uma seção com aproximadamente 300 eleitores, faltavam apenas 75 eleitores para votar.
Conforme a equipe que assumiu a fiscalização no Joaquim Murtinho, após as 11h, não foram registrados tumultos ou confusões entre eleitores.
Com cerca de 20 minutos restantes para o encerramento do período de votação, os fiscais já apontavam preocupação com aqueles que talvez perdessem o horário de votar.
“A gente estava esperando um tumulto no fim, mas nem sei se dá tempo. Se estiver do portão para dentro depois das 16h, a pessoa ainda vota. Os presidentes dão um tempinho para as pessoas se deslocarem até as urnas”, apontou a fiscal Jaci da Conceição.
No Colégio Dom Bosco, os fiscais relataram oscilações entre as seções eleitorais, com algumas registrando mais votos em relação ao primeiro turno e outras menos, comentou a fiscal Bianca Ramirez.
ATRASADOS
Heloise Nantes foi uma das eleitoras que deveria votar no Colégio Dom Bosco. Moradora do Monte Castelo, ela votava na Escola Estadual Maestro Frederico Liebermann, que transferiu seus votantes para o Centro.
“Meu lugar de voto era outro e foi transferido para cá, e daí não deu tempo, achei que era até as 17h. Me atrapalha, porque é um lugar longe da minha casa, tenho que pegar carona”, afirmou.
Estudante, apesar da confusão de horários deste domingo, ela confirma que votou no primeiro turno e que essa situação não é o cenário que ela esperava.
“Fiquei chateada, porque gostaria de ter votado. Eu espero que [na próxima eleição] melhore muito, porque está muito difícil a situação, cada vez pior”, completou.
Claudemir Sales também foi outro que não conseguiu chegar até o Dom Bosco antes do fechamento dos portões.
“Deixei para a última hora e acabou que cheguei atrasado”, declarou.