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Insatisfação Moradores apresentam abaixo-assinado na Câmara contra protestos da Duque de Caxias Moradores cobram por posicionamento do poder público diante de uma lista de descontentamentos 10 NOV 2022 • POR Cauê Reis e Beatriz Feldens • 12h55
Presidente da Câmara recebe abaixo assinado dos moradores.   Foto: Marcelo Victor

Moradores dos entornos da Avenida Duque de Caxias se reuniram, nesta manhã (10), na Câmara dos Deputados de Campo Grande, para cobrar providências do poder público sobre a desobstrução total de vias públicas em frente aos quartéis do Comando Militar do Oeste (CMO), onde, há mais de 10 dias, pessoas se aglomeram em protesto contra o resultado do pleito presidencial.

Os moradores, trajados de branco, protocolaram um documento junto à Câmara, exigindo que os vereadores tomem medidas cabíveis sobre as manifestações antidemocráticas que ocorrem em frente ao CMO.

Um dos presentes no ato, o jornalista Éber Benjamin (57), conta que foi organizado um abaixo-assinado com os moradores da região e que foram contactadas cerca de 40 pessoas que estavam se sentindo incomodadas com a aglomeração, que persiste há mais de 10 dias na avenida Duque de Caxias.

Para ele, alguns moradores não quiseram assinar por medo de represálias. Além disso, o jornalista acredita que, sobretudo comerciantes, não aderiram ao pedido porque podem receber retaliações.

O manifesto dos moradores afirma que o marasmo do poder público é sintomático, já que, mesmo com ordens do STF, os órgãos de segurança de Campo Grande não estão tomando as devidas medidas contra os atos antidemocráticos. 

Sobretudo porque, em outras regiões da cidade, os agentes do estado estariam aplicando diversas multas e que o mesmo procedimento não estava sendo tomado com os manifestantes em frente ao CMO.

“Um órgão de imprensa divulgou que (a Agetran) estavam lá na Vila Carvalho né? Multando na Feira Livre e multando carros. Aí outra pessoa relatou que eles estavam lá nos altos da Afonso Pena ali no Parque dos Poderes onde as pessoas vão fazer caminhada estavam lá multando”, desabafa o jornalista Eber Benjamin, presente na Câmara.

Na Duque de Caxias, além das churrasqueiras e barracas dispostas sob o canteiro da avenida, os moradores afirmam que existem veículos também sob os canteiros.

As principais reclamações dos moradores que foram à Câmara, perpassam, sobretudo, às questões de perturbação da ordem pública.

“Os transtornos além do barulho devido a buzinaços, escapamentos de motocicletas e carros, rojões e sons de microfone com músicas em alto som e chamadas pelos organizadores para que mais pessoas venham ao local”, informa o abaixo-assinado.

Além disso, os moradores afirmam que algumas pessoas estão indo para a manifestação em frente aos quartéis apenas para comer, já que o churrasco está presente no protesto desde o primeiro dia de aglomeração.

Segundo o jornalista Eber Benjamin, os moradores do entorno exigem que o Governo do Estado, do Município, a Segurança Pública e a Agetran apliquem medidas punitivas aos manifestantes que permanecem nos atos antidemocráticos.

“Nós não entendemos porque que a Prefeita até agora e o próprio Governador não tomaram essas medidas e eles ficam protelando a essa tomada de decisão”, questiona o jornalista.

A bióloga e servidora pública, de 56 anos, reside nas proximidades do CMO com a mãe, de 92 anos, afirma que se sente incomodada porque as autoridades não estão atendendo ao pedido do STF.

“O que me indigna, é que o pessoal (as autoridades) está sendo conivente, a partir do momento que não estão fazendo nada, não tiram nada de lá, mesmo com decisão do STF”, desabafa a bióloga.

O presidente da Câmara, Carlão (PSB), afirma que a Câmara irá encaminhar o abaixo assinado para o Ministério Público e também aos órgãos de fiscalização responsáveis.

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