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PESQUISA

IBGE aponta alto potencial natural para a agricultura no país e MS é um dos destaques

A maior parte do território do Estado aparece classificada na categoria A2 terra com boa potencialização ao desenvolvimento agrícola

5 DEZ 2022 • POR Valesca Consolaro • 13h15
  Arquivo Correio do Estado

Nesta segunda-feira (5), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil, publicação inédita que busca classificar, interpretar e visualizar o potencial natural dos solos para a agricultura. Mato Grosso do Sul aparece como um dos destaques entre os estados com terras boas. 

No mapa publicado pelo IBGE, a maior parte do território do Estado aparece classificada na categoria A2 – terra com boa potencialização ao desenvolvimento agrícola. 

Conforme apontado pelo IBGE, o mapa orientativo foi elaborado a partir do mapeamento de solos do IBGE, levando em consideração os recursos naturais, sobretudo solo e relevo, e como eles podem favorecer o setor agrícola brasileiro. 
 
A grande variedade de tipos de solos do Brasil foi classificada em cinco classes de potencialidade. A grande variedade de tipos de solos do Brasil foi classificada considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros. 

Quase um terço (32%) da área do território nacional apresenta boa (30%) ou muito boa (2%) potencialidade ao desenvolvimento agrícola e 33% apresenta moderada potencialidade ao desenvolvimento agrícola, mas com problemas que em alguns casos podem ser relativamente fáceis de serem corrigidos.

Segundo Daniel Pontoni, analista da pesquisa, a posição do Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo demonstra a importância da publicação. 

“Tentar entender melhor o potencial agrícola do solo do Brasil e suas limitações, fazendo uma análise não indicativa de uso, mas interpretativa do solo e do relevo", explica.

Área com restrições  

Já as áreas com restrições significativas ao desenvolvimento da agricultura correspondem a 21% do território. 

Pontoni afirma que estes são locais dominantemente com relevos mais acidentados, com problemas de fertilidade e mecanização e restrições importantes quanto à profundidade. 

“Essas precisam de ações relativamente mais complexas de manejo agrícola, e teriam uma agricultura especializada adaptada a esses tipos de ambiente”, disse. 

 As áreas com restrições muito fortes ao uso agrícola somam 11% do país. Isso porque são locais principalmente em superfícies com declividade muito acentuada e/ou, presença de sais solúveis indesejáveis e/ou restrições importantes quanto à profundidade. 

Segundo o especialista, para plantar nessas áreas, são necessárias ações muito significativas e intensivas e, em alguns locais, essas terras poderiam ser indicadas como áreas de preservação ou conservação em função da fragilidade do ambiente. 

“Devido à escala do mapeamento a nível regional, é importante ressaltar que esse mapa não se aplica a estudos locais de uso agrícola, que exigem maior detalhamento no levantamento de solos, consequentemente exigem mais informações. Além disso, áreas que possuem algum enquadramento ou atribuição legal devem ser respeitadas de acordo com as leis estabelecidas”, conclui Daniel Pontoni.