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CUSTO DE VIDA

Campo-grandense precisa trabalhar 134 horas para comprar cesta básica de R$ 738,53

Campo Grande foi a quinta capital com maior variação no preço da cesta básica

6 DEZ 2022 • POR ANA CLARA SANTOS • 15h56
Campo-grandense precisa trabalhar 134 horas para comprar cesta básica de R$ 738,53   Marcelo Victor/Correio do Estado

Para se sustentar com uma cesta básica, que atualmente está custando R$ 738,53, os moradores de Campo Grande precisam trabalhar, em média, 134 horas e 04 minutos. Ou seja, em uma jornada regular de oito horas durante 30 dias, o trabalhador dedica uma média de 16,75 dias apenas para comprar alimentos básicos. 

Os dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgados nesta terça-feira (6), mostram que o tempo de jornada necessária para custear a cesta básica aumentou em 54 minutos em relação ao mês anterior. O valor dos alimentos aumentou 0,67%, saindo de R$ 733,65 em outubro para R$ 738, 53, em novembro. 

Além disso, levando em consideração o salário mínimo vigente de R$ 1.121,10, já com o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador compromete 65,88% da sua renda para comprar os alimentos que compõem a cesta básica, como arroz, feijão, açúcar, batata, leite, entre outros. 

Em Campo Grande, a variação acumulada em 12 meses foi de 14,47% e em um ano o valor teve uma variação de 15,15%, de acordo com o Dieese. O custo médio da cesta entre janeiro e novembro foi de R$ 710,26. 

Já uma cesta básica para uma família composta por quatro pessoas está custando R$ 2.215,59.

Os dados ainda apontam que o custo por unidade de produtos aumentou em R$ 0,77 em relação a outubro. Agora o gasto médio é de R$ 147,97. Dessa forma, o salário mínimo necessário para sustentar a cesta básica é de R$ 6.575,30, o que representa um aumento de R$ 116,44 em comparação ao mesmo período do ano.

Os alimentos que mais apresentaram aumento no preço foi o tomate e a batata. O fruto acumula alta pelo segundo mês consecutivo, tendo variação de 8,65% no preço, sendo comercializado, em média, por R$ 6,03.

Por sua vez, a batata teve aumento de 4,32%, sendo vendida pelo preço médio de R$5,55 em mercados de Campo Grande.

Já o pão francês foi o alimento que mais apresentou retração no preço, em relação ao mês de outubro. A redução foi de -1,12% e está sendo vendido, em média, por R$ 15,88 o quilo, mesmo com o valor do trigo tendo aumento de 0,41% no valor.

Também foram registradas reduções no preço de feijão carioquinha com uma variação de -99%. A banana, por sua vez, diminuiu 0,43%, o que é a primeira queda em um ciclo de cinco meses de alta. No entanto, o preço para o consumidor continua alto e a fruta é vendida por R$ 13,98%.

A retração também foi notada no leite de caixinha, com queda de -0,34% no preço médio, no café em pó, com uma baixa -0,16%  e na carne bovina, que teve diminuição de -0.10%.

O levantamento ainda mostrou que Campo Grande foi a quinta capital com maior aumento na cesta básica, atrás apenas de São Paulo (R$ 782,68), Porto Alegre (R$ 781,52), Florianópolis (R$ 776,14) e Rio de Janeiro (R$ 749,25).

Em relação à variação acumulada, Campo Grande ficou em segundo lugar no ranking nacional, atrás apenas de Goiânia, onde a variação acumulada foi de R$ 15,45%. A menor variação foi registrada em Recife, com 3,56%.