A Polícia Federal (PF) cumpre, nesta quinta-feira (15), em Mato Grosso do Sul, 17 mandados de busca e apreensão contra líderes envolvidos em atos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Os nomes dos alvos da operação não foram divulgados. A ordem foi dada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O objetivo é desobstruir vias e liberar o tráfego em ruas, avenidas e estradas que foram ocupadas pelos protestantes.
O principal ponto de protesto, em Campo Grande, é o Comando Militar do Oeste (CMO). A via é uma das principais da região oeste da Capital e principal ligação ao Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR).
Ao todo, são cumpridos 81 mandados de busca e apreensão em sete estados brasileiros. Além de Mato Grosso do Sul, as buscas também são realizadas nos estados de Acre, Amazonas, Mato Grosso, Distrito Federal, Paraná e Santa Catarina.
O protesto começou um dia após a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT). Lula foi eleito com 60.345.999 votos (50,9%) e Bolsonaro 58.206.354 votos (49,1%).
Em Mato Grosso do Sul, Bolsonaro ganhou com 59,49% (880.606) dos votos válidos e Lula 40,51% (559.547).
O segundo turno das eleições foi realizado em 30 de outubro, e, insatisfeitos e incrédulos com o resultado das urnas, manifestantes começaram a ocupar quartéis e estradas em 31 de outubro.
Eles clamam por intervenção militar, recontagem dos votos e dizem que a eleição pode ter sido fraudada para dar vantagem ao petista.
O dia posterior ao do segundo turno foi de manifestações pelas rodoviais de Mato Grosso do Sul. Bolsonaristas interditaram vários pontos de rodovias e atearam fogo em pneus em forma de protesto.
Alguns dos pontos interditados em rodovias federais foram:
- BR-163, km 39 (Eldorado)
- BR-163, km 490 (Campo Grande)
- BR-163, km 550 (Bandeirantes)
- BR-163, km 614 (São Gabriel do Oeste)
- BR 163, km 679,6 (Rio Verde de Mato Grosso)
- BR 163, km 727 (Coxim)
- BR 060, km 203 (Camapuã)
Bolsonaristas permanecem acampados em frente ao CMO desde o último dia de outubro. Ao todo, estão há mais de 40 dias no local e não tem data para sair.
Tendas e barracas estão montadas; carros e caminhões estacionados no canteiro e avenidas; refeições (café da manhã e almoço) são servidas e hino nacional é cantado a cada uma hora, no período vespertino.
Os manifestantes recebem doações de carne, pão, água, arroz, feijão, ovos, mortadela, produtos de limpeza, entre outros. Conforme apurado pelo Correio do Estado, fazendeiros, supermercados, empresários e até ex-prefeito são os responsáveis por patrocinar as refeições dos protestantes.