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Campo Grande

Indefinição sobre reajuste da tarifa pode resultar em greve no transporte coletivo

Em nota, Consórcio afirmou não conseguir assegurar reajuste salarial para os funcionários em 2022

22 DEZ 2022 • POR Alanis Netto • 16h53
  Gerson Oliveira/Correio do Estado

Nesta quinta-feira (22), o Consórcio Guaicurus declarou, em nota oficial, que não possui condição de firmar compromisso a respeito de futuros reajustes salariais, já que o mesmo pode não vir a ser cumprido.

Segundo a nota, a dificuldade é um reflexo da falta de definição da prefeitura a respeito do reajuste tarifário. O valor do reajuste da tarifa, a ser adotado em 2023, é calculado pela Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Campo Grande (Agereg), e apresentado à Prefeitura. 

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o valor da tarifa técnica apresentado pela Agereg para 2023 poderia chegar a R$ 8,00. O valor nem sempre é aceito pela Prefeitura. 

A resposta a respeito do novo valor da tarifa deve acontecer até o dia 31 de dezembro. No entanto, a indefinição impede que o serviço de transporte calcule um reajuste salarial para seus funcionários.

Vale ressaltar que o Consórcio já enfrenta dificuldades para realizar o pagamendo dos salários. A folha referente ao mês de novembro só foi paga no dia 9 de dezembro, juntamente com a segunda parcela do 13º salário.

Agora, com a falta de um reajuste salarial e a dificuldade para receber os pagamentos em dia, os funcionários do transporte coletivo da Capital podem realizar uma nova paralisação.

Confira a nota completa:

Tendo em vista as dificuldades de negociação salarial entre o Consórcio Guaicurus e os representantes dos trabalhadores, vimos pelo presente prestar os seguintes esclarecimentos:  

O Consórcio Guaicurus mantém permanente contato com a prefeitura e com o sindicato dos trabalhadores em busca de solução aos problemas no transporte público.

Com relação às negociações salariais, informamos que o Consórcio Guaicurus, que já enfrenta dificuldade financeira para pagar os atuais valores, não possui a menor condição de firmar compromisso futuro diante do risco de o mesmo não vir a ser cumprido.

A formalização de acordo de reajuste salarial com os trabalhadores, portanto, passa pela definição da prefeitura a respeito do reajuste tarifário.

O departamento jurídico do Consórcio Guaicurus está estudando as medidas que poderão ser adotadas diante da possibilidade de ser deflagrada greve no sistema, conforme anunciado pelo presidente do sindicato laboral. 

O Consórcio Guaicurus esclarece ainda que se mantém aberto ao diálogo com todos os segmentos do sistema de transporte coletivo, inclusive com as autoridades públicas envolvidas.