Uma investigação ampla sobre a participação de moradores de Mato Grosso do Sul nos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília (DF), ocorridos no domingo (8), foi aberta pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Dela participarão os grupos de elite da instituição, que também estarão em cooperação permanente com outras forças de segurança estaduais e da União.
A informação é do Procurador-Geral de Justiça de Mato Grosso do Sul, o chefe do MPMS, Alexandre Magno Benites de Lacerda.
Em entrevista ao Correio do Estado, Alexandre Magno explicou que todos os ministérios públicos do Brasil e os setores de inteligência dessas instituições decidiram atuar conjuntamente na investigação que é conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“O objetivo é punir os envolvidos com os ataques que ocorreram no dia 8 e também prevenir que novos ataques contra a democracia e a República possam ocorrer novamente, sobretudo nos estados”, explicou o procurador-geral de Justiça, Alexandre Magno.
Em Mato Grosso do Sul, o grupo de trabalho foi criado ontem, por meio de portaria assinada pelo próprio procurador-geral de Justiça.
PARTICIPAÇÃO
O grupo contará com o procurador-geral-adjunto de Justiça, Paulo César Zeni, a procuradora de Justiça e coordenadora do Gaeco, Ana laura Camargo de Castro, a promotora de Justiça e assessora especial do procurador-geral de Justiça, Cristiane Mourão Leal Santos, o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça e do Controle Externo da Atividade Policial, Helton Fonseca Bernardes, e com a promotora de Justiça e coordenadora do Núcleo Criminal, Renata Ruth Fernandes Goya Marinho.
“A presença do Gaeco [Grupo de Atuação Especial e de Repressão ao Crime Organizado] é uma demonstração de que vamos fazer uma ampla investigação para que atos como os do dia 8, que ultrapassaram qualquer limite da racionalidade, nunca mais se repitam”, salientou Alexandre Magno.
MONITORAMENTO
O Correio do Estado apurou que os núcleos de inteligência do MPMS e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) já estavam monitorando os militantes extremistas da direita desde antes da tentativa de golpe do domingo (8).
Agora, além da investigação que identificará e punirá envolvidos em atos de vandalismo e contrários à democracia, o foco também será o de atuar no combate a notícias falsas e ajudar na desmobilização de estruturas de financiamento às manifestações radicais e eventuais células destes grupos.
A atuação em conjunto dos ministérios públicos de todo o Brasil e de seus núcleos de investigação, apurou o Correio do Estado, foi acertada como uma reposta institucional aos radicais. A expectativa é de se identificar e punir responsáveis.
“Trabalharemos em parceria com os órgãos públicos federais, com o governo do Estado e seus órgãos de segurança, para que possamos proteger, acima de tudo, o cidadão, a democracia e a República brasileira”, disse Alexandre Magno.