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MAL DO SÉCULO Pacientes enfrentam preconceitos mesmo com leis que conscientizam sobre cuidadados com saúde mental Psicóloga afirma que pacientes sofrem não só com suas emoções descompensadas, mas também com julgamentos da sociedade 17 JAN 2023 • POR Leo Ribeiro • 11h46
Para psicóloga deve haver integração biológica, mental e social nesse acompanhamento ao paciente depressivo
Para psicóloga deve haver integração biológica, mental e social nesse acompanhamento ao paciente depressivo   Reprodução

Entre as cores dos meses que servem para conscientizar sobre saúde, o Janeiro Branco é voltade para os cuidados com a mente e, ainda que Mato Grosso do Sul tenha diversas leis que contribuem com amparo legal, pacientes ainda tem diversas barreiras no caminho até o consultório. 

Talita Vanessa Akamine Silva Moreira (28), psicóloga do Programa Viver Bem da Unimed Campo Grande, atua há cinco anos nessa área - em que é inclusive mestranda pela UFMS -, e ressalta que cuidar da mente é tão essencial quanto beber água. 

Diante desse Janeiro Branco, ela explica que é importante primeiro orientar quanto às diferenças entre uma pessoa depreesiva e um estado em que alguém se encontrada deprimido. 

"Em um estado deprimido a pessoa não necessariamente tem um diagnóstico de depressão, precisa de uma avaliação psiquiátrica,  para avaliar sintomas, duração e a nivelação (grau)", comenta.

Entre as medidas citadas pelo Governo do Estado, que envolvem esse amparo legal, encontram-se a lei nº 1.293, que data de 21 de setembro de 1992 e trata do Código Sanitário Estadual, regulando direitos e obrigações voltados à saúde e bem-estar. 

Logo em 18 dezembro de 2019, Mato Grosso do Sul instituiu a lei que cria o Dia Estadual em Atenção à Saúde Mental dos profissionais de Educação e, em 2021, cria a Política de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome da Depressão no Estado de Mato Grosso do Sul. 

Depois disso, por conta da Covid-19, também foi sancionada a medida que dispõe atendimento às vítimas do coronavírus no Estado, quanto aos efeitos na saúde mental. 

Saúde mental: barreiras e tabus

Conforme a psicóloga, saúde mental está além de uma Classificação Internacional de Doenças (CID) ou de plenitude, sendo que, para Talita, deve haver uma integração biológica, mental e social nesse acompanhamento. 

"Várias barreiras são encontradas, principalmente pelo preconceito presente na sociedade ao referimos à saúde mental. Indivíduos que fazem acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, sofrem com suas emoções descompensadas e ainda têm de lidar com as pessoas julgando de ‘’fraco’’, ‘’doido’’, etc", revela a profissional. 

Ainda que cada indivíduo seja um caso completamente diferente de outro, ela frisa que as dificuldades são inúmeras, sendo que há entre elas  a resistência da própria pessoa em iniciar e sustentar o tratamento.

"Por medo de lidar com conflitos, por achar que é perder tempo, perder dinheiro ou até mesmo em não ter uma rede de apoio para incentivar. Por isso é importante termos empatia e respeito pelo sofrimento alheio", expõe Talita. 

Por fim, ela cita que o acesso à internet aparece como mais uma barreira externa que tem se apresentado cada vez mais relevante nos últimos anos. A dica é que, com as redes sociais em alta, é importante não entrar em comparação com aquilo que é visto pelas telas dos celulares.

"Social prega o modo da equivalência (‘’preciso ser igual ao outro, caso contrário não serei aceito’’), acarretando sofrimento intenso. No sentindo mais amplo, ‘’se tal pessoa conseguiu tratar a depressão sem psicoterapia ou remédios, posso, também’’. Um dos motivos da sociedade estar doente e carente de identidade", finaliza ela. 

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