
Diante da greve dos motoristas do transporte público anunciada na terça-feira (17) e deflagrada na manhã desta quarta-feira (18), a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (Patriota), entrou na Justiça para tentar reverter o movimento grevista e fazer com que os ônibus voltem a circular na Capital.
A prefeitura alega que foi pega de surpresa com o anúncio de que os motoristas iriam paralisar as atividades hoje, depois da categoria ser informada de que o Consórcio Guaicurus não está mais disposto a negociar reajuste salarial enquanto o reajuste da tarifa para 2023 não for definido.
O anúncio foi feito na manhã de ontem, após representantes do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande se reunirem com a diretora do Consórcio Guaicurus, mas não conseguirem chegar a um acordo.
A prefeitura ainda aponta que a paralisação é consequência de uma relação particular entre os funcionários e a empresa de transporte, mas que traz prejuízos à coletividade já que muitas pessoas dependem do serviço para se deslocarem pela cidade.
Assim, Adriane afirma, no pedido, que não há outro jeito que não ingressar na Justiça “ a fim de proteger o interesse público”, já que o movimento grevista foi adotado por todos os motoristas, o tornando ilegal já que o sindicato deveria manter o mínimo legal dos funcionários para não prejudicar os usuários.
Por fim, a prefeitura ainda aponta que a entidade também não avisou com antecedência sobre a paralisação, embora tenha anunciado que a frota não circularia na cidade ainda na terça-feira. Além disso, no pedido do Executivo é destacado que a greve não foi deliberada em assembleia geral com os funcionários.
Dessa forma, a gestão ainda pede que, se não for possível decretar a ilegalidade do protesto e estabelecer o retorno de 100% da frota, a Justiça, pelo menos, garanta que pelo menos 90% dos ônibus voltem a circular na Capital.
O sindicato também precisa garantir que as garagens de onde saem as frotas de ônibus sejam bloqueadas e que os trabalhadores que não queiram aderir à greve sejam coagidos a mudar de ideia. A multa para cada ato seria de R$ 100 mil, conforme o pedido liminar.
REUNIÃO
Na tarde desta quarta-feira (18), às 15h00, será realizada uma audiência conjunta de conciliação em dissídio coletivo, cuja as partes serão o município de Campo Grande, com o pedido de cancelamento da greve, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande, o Consórcio Guaicurus e o Sindicato das Empresas do Transporte Coletivos e Urbanos de Passageiros de MS.