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transporte coletivo Com reajuste parcelado de 10%, motoristas cancelam a greve Valor do acréscimo, no entanto, só será efetivamente pago após a Prefeitura de Campo Grande decretar a tarifa pública do ônibus para os passageiros, o que só deve acontecer na próxima semana 21 JAN 2023 • POR BIANKA MACÁRIO e ALANIS NETTO • 10h00
Com o aumento do salário dos funcionários do Consórcio Guaicurus, os ônibus não vão mais parar na segunda-feira   Gerson Oliveira

Os motoristas do transporte coletivo de Campo Grande cancelaram a greve que estava prevista para a próxima semana após reunião entre o Consórcio Guaicurus e o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG). A categoria aceitou a proposta de reajuste salarial.

Com isso, a assembleia geral do STTCU-CG, que estava marcada para ocorrer neste sábado, foi cancelada.
Segundo Demétrio Freitas, presidente do sindicato, diante da situação atual, as melhorias para a categoria foram suficientes para não seguir com a greve. 

“Não foi o que a gente esperava, mas, dentro da realidade que estamos vivendo, não ficou ruim, tivemos melhorias no ticket alimentação de 37%, tivemos 20% no plano de saúde, além dos 10% no salário, mantivemos o vale-gás, dentro da conjuntura, e com isso cancelamos a assembleia”, disse Freitas.

Durante a reunião, o advogado do Consórcio Guaicurus, Rafael Barbosa, explicou que, diante da situação, eles conseguem realizar o reajuste salarial, mas de forma escalonada e sem retroatividade. 

“A gente depende da tarifa para dar o aumento. Essa tarifa ainda não está correndo, não está em vigor. Sem ter essa certeza, a proposta é um aumento inicial de 8% quando as tarifas começarem a vigorar, quando efetivamente obtivermos a renda para isso. Além disso, em junho, oferecemos reajuste de mais 1% e, em setembro, mais 1%, para dar os 10%”, explicou.

Também esteve presente o diretor-executivo do Consórcio, Robson Strengari, que reafirmou que no pós-pandemia perderam funcionários e passageiros pagantes, que a Prefeitura de Campo Grande não paga o subsídio na data e que quem mantém o serviço funcionando são os usuários. 

Strengari reafirmou que o valor de R$ 7,79 para a tarifa técnica seria o ideal. “Hoje, os R$ 5,80 não cobrem os custos. Como você compra um ônibus novo? Um ônibus custa R$ 600 mil, tudo subiu”, reclamou.

TARIFA TÉCNICA

O valor da tarifa técnica do transporte coletivo de Campo Grande será de R$ 5,80 e foi aprovado na quinta-feira (19), em reunião entre a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) e o Conselho de Regulação, que é formado por membros da sociedade civil e órgãos da administração pública, além de representantes do Consórcio Guaicurus.

Ainda na reunião extraordinária sobre o reajuste da tarifa do transporte coletivo na Capital, o Consórcio Guaicurus alegou que o aumento dos valores não era suficiente para realizar melhorias para os usuários. 

“Nós vamos manter o estado em que estamos hoje, a gente não sabe se vem mais algo do Estado. Realmente nós achamos que temos de trabalhar, mas hoje vimos uma cliente elogiando que ganhou tempo com o corredor de ônibus. Alguma melhoria a gente sempre tem que procurar fazer, alguma adequação de linha, alguma adequação de ônibus, mas não é da forma que a gente gostaria”, afirmou.

TARIFA PÚBLICA

O valor de R$ 5,80, no entanto, não será repassado aos usuários do transporte coletivo, que deverão pagar um valor menor para usufruir do serviço.

Esse novo preço ainda não foi decretado pela prefeitura e, segundo nota da administração, a gestão aguarda o envio de ata, por parte da Agereg, da reunião realizada na quinta-feira.

“A alteração do valor da tarifa do transporte coletivo ainda não está definida. A Agereg prepara a ata da reunião realizada ontem [19] com o Conselho de Regulação, que oficializou a tarifa técnica em R$ 5,80, e posteriormente vai encaminhar ao Executivo para definição da tarifa pública, aquela que será paga pela população”, declarou a prefeitura, em nota.

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