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COMBATE AO CRIME ORGANIZADO Cães farejadores estreiam na PRF com apreensão de R$ 354 milhões em cocaína Thor e Amélia participaram da maior apreensão de cocaína da história da PRF, a nível nacional 28 FEV 2023 • POR Naiara Camargo • 12h00
  DIVULGAÇÃO/PRF

Cães farejadores da raça Pastor Alemão, integrantes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), K9 Thor e K9 Amélia, estrearam na corporação com apreensão recorde e histórica, a nível nacional.

Com auxílio dos policiais, os animais sinalizaram que havia presença de drogas em um caminhão-tanque VW 24.280 e rapidamente identificaram 1,8 tonelada de cocaína (cloridrato de cocaína). 

O flagrante ocorreu nesta segunda-feira (27), no km 480 da BR-060, próximo a Sidrolândia.

A droga foi avaliada em R$ 354 milhões e a apreensão causou prejuízo financeiro gigante ao crime organizado.

Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, o chefe de comunicação social da PRF, Tércio Baggio, afirmou que cães fazem parte da fiscalização da corporação há 15 anos.

Os animais encaram a missão como brincadeira, e não como trabalho. Quando há existência de drogas, o animal cava o local onde ele acredita que esteja o entorpecente ou deita no chão e aponta para onde está o alvo. 

"Para os cães, tudo não passa de uma brincadeira, de esconde-esconde, a gente diria. Quando ele encontra o sinalizador [cheiro] da droga, ele recebe carinho e atenção. Quando ele acha a droga, ele recebe toda a recompensa que ela está na expectativa. Ele se empolga muito", explicou.

Os cães moram no canil na sede da PRF, onde são cuidados, alimentados e treinados.

De acordo com o superintendente da PRF em Mato Grosso do Sul, Augusmar Vieira Melo, os cães são fundamentais para identificar carga ilícita em veículos.

"Os cães ajudam muito, é uma ferramenta de trabalho fenomenal. O animal consegue detectar algo que o ser humano não consegue, não tem como, por mais que você tenha expertise. Só os cães podem identificar a drogas pelo faro", afirmou.

APREENSÃO RECORDE

Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 1,8 tonelada de cocaína, nesta segunda-feira (27), em Sidrolândia, município localizado a 63 quilômetros de Campo Grande.

A droga foi avaliada em R$ 334 milhões. É a maior apreensão de cocaína da história da PRF, a nível nacional.

Homem, de 44 anos, conduzia um caminhão tanque VW 24.280, quando recebeu ordem de parada dos policiais do Grupo de Operações com Cães (GOC-MS).

Ao ser parado, motorista alegou que fazia transporte de diesel em fazendas de Bela Vista, Caracol e Jardim, mas, demonstrou nervosismo e não soube responder algumas perguntas.

A partir disso, os PRFs desconfiaram e decidiram encaminhar o caminhão e o condutor para a Unidade Operacional em Sidrolândia, onde foi constatado o flagrante.

Os cães farejadores foram soltos perto do veículo e sentiram o odor da droga. A partir disso, os policiais entraram no compartimento do caminhão e verificaram a existência de drogas.

A identidade do condutor e a placa do caminhão não foram divulgadas.

O rapaz seguia de Jardim para Campo Grande, mas foi preso em Sidrolândia, no km 480 da BR-060.

Ele percorreu 167 quilômetros com os entorpecentes e contou que recebeu R$ 20 mil para transportar a carga ilícita e também receberia o veículo como parte do pagamento.

De acordo com o rapaz, a droga seria entregue para um desconhecido em um posto de combustível em Campo Grande. Ele não tem antecedentes criminais.

O autor do crime foi preso em flagrante e levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF) em Campo Grande, localizada na rua Fernando Luís Fernandes, 322, Vila Sobrinho.

As autoridades cogitam que os entorpecentes seriam recepcionados por facção criminosa e levados para os grandes centros, como São Paulo, Rio de Janeiro ou até mesmo Europa. A Polícia Federal (PF) de Campo Grande irá investigar o caso.

Superintendente da PRF em Mato Grosso do Sul, Augusmar Vieira Melo, afirmou que o Estado é um dos que mais entram entorpecentes no País por razões geográficas. 

"A nossa fronteira é de 1.900 quilômetros de fronteira seca. A fronteira é muito grande e isso facilita a entrada [de drogas]. Bolívia é conhecida mundialmente como grande produtor de cocaína e Paraguai de maconha. Corumbá faz fronteira com a Bolívia e Campo Grande está no centro do estado e daqui [o entorpecente] parte para qualquer lugar", explicou.